A Empresa de Pesquisa Energética recomendou a ampliação da capacidade da interligação elétrica entre as regiões do país para o escoamento de excedentes de energia das regiões Norte e Nordeste. Essa ampliação trará benefícios diretos ao Sistema Interligado Nacional, entre eles a redução de custo com geração termelétrica, aumento da segurança elétrica e maior flexibilidade na gestão dos estoques energéticos. A conclusão faz parte de um estudo de quase 600 páginas disponibilizado pela EPE na última quarta-feira, 22 de junho.
 
Segundo a EPE, a adequada capacidade de transmissão entre essas regiões torna-se um elemento fundamental para a gestão dos estoques de energia no SIN pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, pois permitirá a transferência dos excedentes de geração das regiões Norte e Norte para outros lugares do país que, por algum motivo, estão com escassez temporária de recurso, minimizando custos advindos do despacho de geração termelétrica. Também permitirá o aumento da segurança energética em cenários hidrológicos adversos, a exemplo daqueles que vem ocorrendo com frequência nos últimos anos no país. Por outro lado, em cenários hidrológicos menos severos, a uma melhora da confiabilidade e do desempenho do SIN, reduzindo o número de ocorrências sistêmicas indesejadas.
 
"De outra forma, as restrições de intercâmbios entre as citadas regiões maximizam a necessidade de despacho de geração térmica no SIN, acarretando um significativo aumento do custo marginal de operação e, como consequência, onerando os custos de suprimento de energia elétrica aos consumidores, como de fato tem-se constatado nos anos recentes", alerta o estudo.
 
Segundo a EPE, os excedentes de geração nas regiões Norte/Nordeste alocáveis nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste/Sul atingiram montantes da ordem 7.500 – 8.000 MW, com base nos quais foram inicialmente estabelecidas duas hipóteses de expansão da interligação: a expansão mista composta por um bipolo em corrente continua (CC) interligando as regiões Norte e Sudeste, com capacidade de 5.000 MW, e um tronco transmissor em corrente alternada (CA) entre a região Norte e a área de Goiás no Sudeste, com capacidade para transmitir o requisito adicional de 2.500 MW; ou expansão totalmente em CC, composta de dois bipolos interligando as regiões Norte/Nordeste às regiões Sudeste/Centro-Oeste.
 
A análise da hipótese um (1) demonstrou que a transmissão em CA com tensão 500 kV, comparada com a 750 kV CA, seria a mais atrativa para o escoamento de potência visualizado (cerca de 2.500 MW, da ordem de 1.000 km de distância). A análise também demonstrou um alto custo relativo dessa parte do sistema de transmissão em CA, indicando que sua substituição por um elo em CC seria uma solução economicamente mais atrativa, além de tecnicamente vantajosa em face da característica de controlabilidade dos intercâmbios inerente à transmissão em CC, fundamental para o objetivo específico da expansão em estudo. Nessas condições, a hipótese mista um (1) deixou de ser considerada, passando-se a concentrar o estudo na hipótese dois (2), com dois bipolos em CC para o transporte da potência total de 7.500 – 8.000 MW. Acesse a íntegra do estudo clicando aqui.