Localizado na sede da empresa, no Rio de Janeiro (RJ), o Centro de Operações da State Grid vem funcionando de forma integrada desde 2015. Operando de modo ininterrupto, ele reúne os ativos da empresa localizados nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste e prevê que ainda este ano consiga migrar para lá os ativos do interior de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. Com investimentos de R$ 25 milhões, o centro monitora em torno de sete mil quilômetros e 34 subestações.

Para Ramon Haddad, vice-presidente de Manutenção e Operação da State Grid Brazil Holding, a preocupação da matriz chinesa com o monitoramento é natural, uma vez que no país de origem ela não só opera os seus ativos como também atua como o operador do país. Isso faz com que ela tenha uma visão mais abrangente da operação de ativos de transmissão. "Quando fala em monitorar e operar com nossos próprios recursos, isso tem todo o apoio e incentivo da matriz, porque eles sabem da importância para o sistema", observa.

De acordo com o engenheiro do Centro de Operações Marcio Gayoso, a concepção do projeto foi feita no Brasil e a Nari –  empresa de soluções ligada a State Grid – forneceu o sistema e fez as adaptações necessárias. Ativos de empresas em que a transmissora tem participação, como os da Matrinchã, também são monitorados lá. O centro está conectado em tempo real com o Operador Nacional do Sistema Elétrico em Brasília (DF), Recife (PE) e Rio de Janeiro.

O engenheiro conta que há um conjunto de ações integradas que demandam o dia-a-dia do centro, passando por atividades de manutenção programada e o controle de tensão do sistema. "Às vezes tem um evento fora do nosso sistema que causa algum impacto. O monitoramento é 24 horas. Não se separa da atividade programada, de estar prestando atenção em um determinado ponto, de fazer uma manobra específica", avisa. Telas de computador exibem os sistemas de transmissão por nível de tensão operados por região, além de câmeras que mostram imagens das subestações.

Debelar os eventos inesperados é o maior desafio no Centro de Operação da State Grid no Brasil. Segundo Gayoso, o padrão N-1 faz com que a perda de apenas uma função não traja impactos. Porém quando mais de um evento acontece ao mesmo tempo, há o risco da perda de todo o sistema. "O que mais nos preocupa é quando há algum evento intempestivo, em que você tem que avaliar toda a consequência para o sistema", explica.

Haddad acredita que o país ainda tem muito a crescer na operação dos ativos de transmissão. O quadro do centro é composto de três funcionários por turno, sendo um engenheiro supervisor, um engenheiro e um operador técnico. Durante o horário comercial, mais um engenheiro dá suporte para a operação. Com profissionais certificados atuando no centro de operação, a State Grid tem apenas engenheiros no seu time de operadores, acreditando nessa tendência de mercado. "No futuro isso deve acontecer", avalia Haddad.