A Agência Nacional de Energia Elétrica definiu em reunião realiza nesta terça-feira, 28 de junho, um reajuste médio de 12,81% para os consumidores da Energisa Tocantins. Na alta tensão, a conta para os consumidores vai ficar 9,99% mais cara e para os que estão na baixa tensão, a tarifa fica 13,79% maior. O reajuste passa a valer a partir do próximo dia 4 de julho.

O reajuste da distribuidora foi polemizado nas sustentações orais. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Palmas, Antônio Davi Gouveia, ressaltou que não concordava com o aumento. Para ele, não poderia ser possível que em um momento em que as distribuidoras tem reajustes mais baixos ou até negativos, os da Energisa Tocantins fiquem acima de 10%. O momento econômico do país também deveria ser considerado na opinião de Gouveia. "O aumento vai implicar em desemprego na população do estado", avalia.

Já o presidente do conselho dos consumidores da distribuidora, Rudinei Fonseca, criticou o cancelamento da sessão presencial da audiência pública sobre o reajuste. "Fomos atingidos por questões políticas. A agência perdeu uma oportunidade de ouvir os consumidores", disparou. A sessão foi cancelada devido ao contingenciamento de recursos imposto à Aneel, que cancelou todas as sessões presenciais. Fonseca questionou a concessionária, já que segundo ele, não estaria havendo melhoria nos índices de qualidade. "Precisamos saber que não estamos sendo penalizados por má gestão da distribuidora", ponderou.

Uma diretora da Energisa apresentou os argumentos da empresa para o reajuste. Cíntia Andrade frisou que a desde que o Grupo Energisa assumiu a concessionária, ainda denominada Celtins, ele vem buscando o reequilíbrio dos contratos. Segundo ela, a Energisa Tocantins vem participando de todos os leilões, o que não acontecia antes. A estratégia de contratação também fez com que ela conseguisse equacionar a exposição de energia em um cenário de PLD superior a R$ 200/MWh.

O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, ponderou que o mix da Energisa Tocantins é alto, o que impacta na sua tarifa. Ele também lembrou que a distribuidora não tem cotas de energia de Itaipu, o que traria queda na tarifa da distribuidora. Outro aspecto que Rufino destacou foi que no ano passado, o reajuste da distribuidora não foi tão elevado como nas demais.