Com potencial de produzir 450 GWh por ano, o Complexo Eólico Vamcruz (93 MW) foi oficialmente inaugurado nesta quarta-feira, 29 de junho, no Rio Grande do Norte. O empreendimento foi construído em 16 meses sob a responsabilidade dos investidores Voltalia/Encalso (51%) e Chesf (49%). A cerimônia de inauguração, realizada no município de Serra do Mel, contou com as presenças do diretor-geral da Voltalia Brasil, Robert Klein, do presidente da Chesf, José Carlos de Miranda Faria, e do diretor-executivo do Grupo Encalso, Márcio Damha, além de autoridades locais.
 
"O Brasil vive um momento econômico peculiar. Com certeza essa crise vai acabar e o país irá retomar seu crescimento. Quando isso acontecer, precisamos estar prontos para atender à demanda energética e oferecer o suporte necessário para o desenvolvimento da economia nacional”, disse Klein.
 
O complexo Vamcruz foi viabilizado em 2011 e entrou em funcionamento em novembro do ano passado, com dois meses de antecedência em relação ao prazo contratual. Composto pelos parques Caiçara I, Caiçara II, Junco I e Junco II – localizados na Vila Amazonas -, o complexo Vamcruz conta com um total de 31 aerogeradores fornecidos pela espanhola Acciona Windpower, cuja potência unitária é de 3 MW.  A energia anual produzida pelo empreendimento será suficiente para atender mais de 200 mil famílias, e ainda reduzir a emissão de CO2 em aproximadamente 160.535 toneladas por ano, segundo informações das empresas.
 
O complexo Vamcruz, cujo o investimento não foi revelado, está conectado por meio de uma linha de transmissão de 230 kV, com extensão de 13,8 km, e da subestação Amazonas. Essa estrutura escoa a energia até a subestação Carcará II. Em seguida, o projeto compartilha, através da subestação Carcará II, uma linha de transmissão de 230 kV e 52 km de extensão até a subestação Mossoró II.
 
Vamcruz é o terceiro complexo eólico da francesa Voltalia a entrar em operação no Brasil. Os outros dois são: São Miguel do Gostoso (RN-108 MW) e Areia Branca (RN-90 MW). Juntos os três complexos somam 291 MW de capacidade instalada.  A Voltalia também está construindo o complexo Serra Pará, vizinho a Vamcruz, com 99 MW de capacidade e com operação prevista para o final deste ano. A Voltalia também irá construir o parque eólico Vila Acre, no município de Serra do Mel, com 27 MW de potência, viabilizado em leilão realizado em novembro de 2015.
 
Além da energia eólica, a francesa Voltalia também aposta nas fontes solar, biomassa e hidrelétricas. Com empreendimentos na França, Grécia, Guiana Francesa e Marrocos, a companhia soma 376 MW de capacidade instalada no mundo, sendo que o Brasil responde atualmente por quase 70% do faturamento global da companhia. A receita da companhia somou 57,4 milhões de euros em 2015, o dobro do apresentado no ano anterior.
 
Líder– O estado do Rio Grande do Norte segue na liderança do ranking de parques eólicos em operação (ou aptos) no país, com 2.924 MW de capacidade, de acordo com o relatório mais recente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), divulgado em maio deste ano. Em segundo lugar está o estado da Bahia (1.897 MW), seguido do Rio Grande do Sul (1.568 MW) e Ceará (1.389 MW).
 
O Brasil conta com 9,77 GW (7% da matriz elétrica) de energia eólica em operação e outros 8,62 GW em construção. A curva da capacidade instalada da fonte eólica demostra o crescimento virtuoso da fonte no decorrer dos anos. Em 2005, eram 27,1 MW. Ao final de 2019 serão 18,48 GW instalados em território brasileiro, considerando os projetos já contratados nos ambientes livre e regulado.
 
O fator de capacidade médio desempenhado pela geração eólica no país está em 36,2%, um dos melhores do mundo. Segundo a ABEEólica, o ano de 2015 encerrou com US$ 4,93 bilhões investidores no setor eólico. Considerando o período de 2006 a 2015, esse número chega a US$ 28,13 bilhões.
 
*O repórter viajou à Serra do Mel a convite da Voltalia.