A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica quer contratação de 2 GW por ano nos leilões de energia. O pedido foi feito pelo presidente do Conselho de Administração da Associação, Nelson Colaferro, ao Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, na abertura do Brasil Solar Power, que está sendo realizado quinta-feira, 30 de junho, no Rio de Janeiro. Colaferro também pediu ao ministro bases para a instalação de um milhão de telhados fotovoltaicos até 2024. "O que vai definir se a energia solar vai deslanchar mesmo ou não são os sinais claros que o governo está dando aos investidores e desenvolvedores que querem desenvolver a fonte no país", afirmou Colaferro.
De acordo com Colaferro, a expectativa é que a fonte chegue em 2024 com 7 GW de capacidade instalada na geração centralizada. Segundo ele, já estão instalados no país cinco fabricantes de módulos fotovoltaicos, além de vários outros materiais, como inversores e rastreadores. Colaferro também pediu auxílio ao MME para reduzir a carga tributária sobre os equipamentos solares. O potencial do país é da ordem de 164 GW. Na abertura do evento também foi anunciada a criação do Grupo de Trabalho de Energia Solar do Fórum de Secretários de Energia, que será coordenado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Thiago Norões. Segundo ele, a criação do GT veio da mudança de realidade de política energética, baseada na fonte hídrica, além dos questionamentos que a fonte vem trazendo. "Nasceu a necessidade de compartilhar experiências e buscar soluções para problemas", avisa.
A fonte já contratou 99 usinas, que somam 3,3 GW. As usinas estão distribuídas pelos estados da Bahia, Minas Gerais, Piauí, Ceará, Tocantins, Goiás, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. São esperados investimentos de R$ 12,5 bilhões até 2018. Os preços já caíram 80% desde 2010. "Até 2030 a fonte solar será uma ds mais econômicas de se gerar energia no planeta", aponta o presidente do conselho da Absolar. Para Colaferro, o cenário de crise na Europa e Estados Unidos, os altos preços da energia no Brasil e a elevada potência de irradiação solar fizeram com que o país despertasse o interesse de empresas nacionais e estrangeiras.
Outro pedido que o presidente do conselho da Absolar fez ao ministro foi que pessoas físicas pudessem utilizar recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para a compra de placas a serem usadas na geração distribuída. Já houve a parceria para que no prédio do MME fossem instaladas placas fotovoltaicas para um sistema de geração distribuída. A ideia é que a iniciativa seja ampliada para todas a esplanada dos ministérios. "A fonte vai trazer uma sensível contribuição para manter a nossa matriz amplamente renovável no curto prazo", observa.