O uso de estruturas fixas para os projetos solares deverão ser cada vez menores, a perspectiva é de que os geradores procurem por trackers para a maior parte dos projetos. Segundo a Nextracker, empresa adquirida pela Flextronics em outubro do ano passado, dos cerca de 3 GWp em potência contratada por meio de leiloes no país, 2,5 GWp deverão utilizar o recurso que pode, segundo as contas da empresa, aumentar o volume de energia gerada entre 20% a 30%. Esse ganho seria o suficiente para compensar o custo mais elevado desse dispositivo.

Na avaliação de Nelson Falcão, diretor de vendas da empresa no Brasil, se os projetos negociados no primeiro leilão de reserva, realizado em 2014, tiverem flexibilidade com o prazo de entrega, conforme é a demanda de geradores, esse volume de mercado deverá ser alcançado. Trackers são dispositivos que movimentam o painel fotovoltaico de forma a aproveitar o máximo da irradiação solar.
“Estimamos que o mercado de trackers para os projetos já contratados chega a 2,2 a 2,5 GWp, mesmo algumas plantas do primeiro leilão estão passando por uma revisão e devem adotar a solução. Se houver a flexibilização de datas, teremos a migração da grande maioria dos projetos negociados porque a vantagem é gritante, aumenta entre 20% e 30% dependendo de sua posição em relação à linha do equador”, explicou o executivo.
Falcão diz que a empresa está de olho em uma fatia significativa desse mercado, contudo, evitou indicar qual seria a pretensão da empresa. A Nextracker já possui seu produto cadastrado no Finame do BNDES sendo que o índice de nacionalização já se aproxima da casa de 70%. Os comandos são fabricados na fábrica da Flextronics em Sorocaba (95 km de São Paulo) e a empresa já assegurou parcerias locais para o fornecimento da parte estrutural.
Como a Flextronics será a responsável pela fabricação dos painéis da Canadian Solar, Falcão não descartou a possibilidade de a empresa se beneficiar dessa proximidade com a fabricante chinesa, mas ressaltou “isso será mais por afinidade do que por questões contratuais”.