A Agência Nacional de Energia Elétrica deverá recomendar em agosto ao Ministério de Minas e Energia a caducidade das concessões da Abengoa. Na última terça-feira, 28 de junho, a Aneel aprovou um termo de intimação dando um prazo de 15 dias para que o empreendedor se reporte ao relatório de falhas e transgressões. "Se não houver nenhum fato novo, em agosto o colegiado da Aneel deve estar deliberando a recomendação para que o MME declare a caducidade das concessões e o passo seguinte é promover a imediata licitação daqueles nove lotes, desde que o planejamento indique que ainda são necessários", declarou o diretor da Aneel, André Pepitone. A Abengoa tem sete empreendimentos em operação e nove em construção. Desses nove, seis estão atrasados e três nem começaram a ser estruturados.

Pepitone disse ainda que a agência prima por uma solução de mercado. "Se em algum momento houver uma sinalização de mercado, que tenha algum grupo com capacidade financeira e técnica de desenvolver essas nove linhas, podemos interromper o processo do termo de intimação que gera o processo de caducidade", explicou Pepitone, que participou nesta quinta-feira, 30 de junho, do Brasil Solar Power, no Rio de Janeiro.

Solar – O diretor da Aneel comentou ainda sobre o fato da agência ter negado o pedido de postergação na construção de parques solares do Leilão de Reserva de 2014. De acordo com o executivo, as condições estavam postas na época do leilão e, mesmo assim, houve deságio de 17% no certame. Para ele, os investidores deveriam ter feito um hedge das operações, sabendo que a maior parte do investimento seria feita em dólar. "Não houve nenhum fato que justificasse a postergação", declarou. Ele disse ainda que deverá ser colocado em breve na reunião da diretoria o processo para abertura de um P&D Estratégico de Armazenamento de Energia. O processo está com o diretor Reive Barros, que vai analisá-lo e submeter ao colegiado.