O Operador Nacional do Sistema Elétrico acredita que a fonte solar siga o mesmo caminho da energia eólica e tenha um bom desempenho no sistema. Na opinião do diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, não há motivo para temer a entrada da fonte, que poderá ter uma operação até mais simples que a eólica, que é uma fonte intermitente assim como a solar. "Vemos com bons olhos. É uma fonte que chega, tem maior previsibilidade e menos volatilidade que a eólica", afirmou Barata, que participou de painel nesta sexta-feira, 1º de julho, do Brasil Solar Power, no Rio de Janeiro (RJ).
Na região Nordeste, a boa performance dos parques eólicos vem fazendo com que ela seja a maior abastecedora da região, que ao longo dos últimos anos vem sofrendo com um regime hidrológico severo. "Ela tem funcionado muito bem, esperamos que a mesma coisa aconteça com a solar", avisa. De acordo com Barata, não há um estudo sobre qual será o impacto da geração distribuída solar para o operador no sistema. Barata ressaltou que a prevenção dos harmônicos deve ser objeto de atenção, lembrando que o tema já está no radar da Agência Nacional de Energia Elétrica.
O diretor do ONS ressaltou que o potencial solar no país é surpreendente, vendo aí oportunidades espalhadas pelo país inteiro. Para ele, esse potencial pode levar a uma redução nos investimentos de transmissão, em que a execução de projetos vem se tornando cada vez mais difícil, por conta de dificuldades na obtenção de licenças. Segundo Barata, é interessante que se disponha de fontes que estejam próximas da carga, porque seriam mais baratas e com despacho mais fácil. "Haveria ganho econômico e ganho na operação", observa.
Barata, que assumiu o ONS no último mês de maio, acredita que seja fundamental a existência de um entendimento entre a operação e o planejamento para que o sistema possa operar de modo mais barato e seguro. Para ele, havia um planejamento que não conseguia ser cumprido por conta da lógica dos leilões, o que acabou por desenhar uma matriz diferente da planejada.