O Banco do Nordeste deverá abrir mais duas linhas de crédito que contemplam a energia solar distribuída, além do FNE Sol, que já foi lançado. José Rubens Dutra Mota, gerente de Ambiente de Políticas de Desenvolvimento do Banco do Nordeste, contou que os outros dois produtos serão o CDC – Crédito Direto ao Consumidor, voltado para pessoas físicas, e o Pronaf, que beneficia a agricultura familiar.
"Nós começamos a trabalhar os três produtos. O FNE Sol saiu, já foi lançado. O CDC nós estamos tirando algumas dúvidas da parte do banco como um todo, garantias, taxas, e o Pronaf depende do plano Safra, no que diz respeito aos equipamentos importados ou não", explicou o executivo que esteve presente no Brasil Solar Power, que aconteceu nos últimos dias 30 de junho e 1º de julho, no Rio de Janeiro. A expectativa, segundo Mota, é que os dois produtos sejam lançados em breve.
O CDC, a princípio, seria destinado a pessoas físicas correntistas do banco. Quem recebe o pagamento pelo BNB teria uma taxa mais atrativa. "O Pronaf é para a agricultura familiar. Seria para os clientes que tem o DAP [Declaração de Aptidão ao Pronaf]. Esse cliente teria mais esse produto com taxa bem mais baixa", comentou o gerente em entrevista à Agência CanalEnergia.
O FNE Sol é voltado para empresas e destina-se à aquisição de sistemas de micro e minigeração distribuída de energia, a partir de fontes renováveis, com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste. Os juros integrais variam de 7,65% a 12,95% e com bônus, de 6,5% a 11%. As empresas podem financiar até 100% do valor do investimento, a depender do porte, da localização e das garantias oferecidas. O banco atende apenas clientes localizados na área da Sudene, que engloba o norte de Minas, o norte do Espírito Santo e todo o Nordeste.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social também financia pessoas jurídicas interessadas em adquirir equipamentos para a geração solar através das linhas tradicionais, como o Finame e o cartão BNDES. "Não financiamos pessoas físicas à exceção do produtor rural", comentou Nelson Tortosa, gerente do Departamento de Relacionamento com os Agentes Financeiros e Demais Instituições do BNDES.
Já o Santander disponibiliza financiamentos tanto para pessoas jurídicas como pessoas físicas. A contratação do crédito, segundo explicou Newton Ferrer, superintendente de Parcerias do Santander Financiamentos, se dá através das empresas parceiras. "Quem oferece o financiamento é o fabricante integrador. O parceiro também é responsável pela análise do crédito. É como se fosse um financiamento de automóvel", disse. De acordo com Ferrer, os recursos são liberados em até 72 horas. No entanto, ele ponderou que as taxas de juros são mais elevadas do que a dos bancos públicos, variando de 1,92% a 2,39% ao mês. O prazo máximo para amortização é de 60 meses. "Não é uma taxa baixa. Mas é uma operação que funciona, de fácil acesso", comentou.