O Banco do Nordeste acredita que em setembro já poderá anunciar a aprovação dos primeiros financiamentos para projetos de energia renovável. De acordo com Nicola Miccione, gerente do BNB, desde que houve a retomada, há dois meses, o banco vem sendo procurado por empreendedores tanto no escritório do Rio de Janeiro como na sua rede de agências no Nordeste. Segundo ele, nenhum projeto foi aprovado até agora, mas a expectativa é boa. "Já houve uma busca interessante. O BNB está de portas abertas e tem funding para isso", avisa ele, que participou na semana passada do Brasil Solar Power.

O dinheiro que o executivo diz estar destinado para os projetos de energia renovável são os R$ 3 bilhões do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste, que em 2016 será de R$ 14,1 bilhão. Para 2017, o fundo vai ter de um total de R$ 16 a R$ 18 bilhões para financiar, o que vai aumentar o montante destinado aos projetos de energia. Miccione conta que para uma empresa bem estruturada, o processo de avaliação e aprovação do financiamento pode sair em até cinco meses. Para grande empresa, a taxa anual é de 12,75%, que com o bônus de adimplência, já inserido no cálculo, chega a 11,007% para uma empresa com faturamento acima de R$ 90 milhões. Para empresas com faturamento abaixo de R$ 90 milhões, a taxa é de 9,75% ao ano.

O BNB atuava no financiamento de projetos de energia até 2012, mas por uma determinação do governo, interrompeu a linha existente, deixando para o BNDES a exclusividade. Isso o faz já ter experiência no setor, que agora será ampliada para o setor solar. O perfil de quem procura o banco é de empresas que já viabilizaram projetos em leilões de energia. Empresas que participaram do primeiro leilão solar, em 2014, também podem solicitar o crédito.

O executivo acredita que pelo fato da fonte solar ser uma novidade, as empresas do setor deverão saber superar questões técnicas, já que a fonte eólica já está consolidada no país. O BNB financia até 60% dos projetos e o empreendedor deve obrigatoriamente ter um equity de 20% do projeto, simbolizando o risco que vai ser assumido pelo empreendedor. Segundo o executivo, um projeto que for contemplado com financiamento do BNB não está impedido de receber crédito do BNDES, o outro banco público de financiamento. "O banco quer estar no setor de maneira relevante", promete Miccione.