A tendência de alta na tarifa de energia no mercado regulado para os próximos anos é um dos impulsionadores do mercado de geração distribuída na fonte solar fotovoltaica no Brasil. E nesse contexto, a CPFL Eficiência coloca seu foco de atuação nesse segmento, principalmente para os consumidores de baixa tensão na categoria B3 que são aqueles de tensão inferior a 2,3 kV que não são residenciais, rurais ou iluminação pública. Contudo, em dois a três anos a empresa acredita que deverá estender sua atuação para essas outras categorias de consumo.

Segundo o diretor da empresa, Pablo Becker, a empresa iniciou seus negócios por clientes corporativos, mas ainda na baixa tensão em decorrência da maior viabilidade da análise de crédito e percepção de menor risco quando comparados aos outros segmentos de baixa tensão. Já na alta tensão esses sistemas de geração distribuída não conseguem competir com as tarifas no mercado livre.
“Na alta tensão esses projetos de GD solar não são economicamente viáveis, porém em outras fontes como CGHs podem ser viáveis sim, hoje o custo atual da solar fotovoltaica ainda é alto em comparação a outras fontes que podem atender esses consumidores”, explicou o executivo durante o Brasil Solar Power, evento realizado na semana passada no Rio de Janeiro. “Estamos focando nossa atuação no segmento corporativo, mas o segmento residencial em algum momento terá que ser atendido e temos que estar presente”, acrescentou.
A CPFL Eficiência tem nos projetos de geração distribuída na fonte solar fotovoltaica seu carro chefe, mas a companhia ainda atua em outras frentes para integrar soluções para uso mais eficiente da energia. Segundo o executivo, desde o ano passado, com o reposicionamento da tarifa no ACR, é que surgiu a oportunidade desse negócio ao oferecer uma solução integrada para reduzir a conta para o ACR. E exemplificou que em um caso recente foi obtida uma economia de 27% para um cliente. Um projeto para ser vantajoso, indicou Becker, deve proporcionar uma economia mínima de 10% aproximadamente.
Outro motivo que vai elevar a necessidade da solar, na avaliação da empresa, é o país procurar fontes alternativas de fornecimento de energia, seja pela expansão restrita da fonte hídrica, bem como com os compromissos ambientais, o que leva à necessidade de diversificação. E veem nessa combinação um nicho de mercado para o consumidor com potencial de crescimento.
Possivelmente, avaliou ele, a viabilidade econômica da fonte solar fotovoltaica deverá chegar aos consumidores de alta tensão com a retração dos custos de investimentos. E ainda, na contra mão dessa tendência está o custo marginal de expansão, cuja tendência é de alta e com isso deverá elevar os preços. Mas, a perspectiva é de que de a atuação da empresa deverá ficar concentrada nos clientes que estão enquadrados na tarifa B3 por pelo menos mais dois ou três anos para depois começar a incursão em segmentos mais pulverizados como o residencial.
Becker não revela os números de quanto a empresa projeta de crescimento nesse período. Ele disse apenas que a meta está clara e que a expansão é compatível com os indicadores de crescimento esperados pelo mercado de geração distribuída no país, uma vez que a CPFL Eficiência quer ser um grande player nesse segmento de atuação.