A expectativa de redução de receita no segmento de geração combinada com um menor consumo na área de concessão da distribuidora fez com que a agência de classificação de risco Fitch rebaixasse os ratings da concessionária mineira Cemig. Segundo relatório divulgado na terça-feira, 12 de julho, os ratings em escala nacional da companhia e de suas subsidiárias foram rebaixados de AA- (bra) para A (bra). A perspectiva continua negativa. "O rebaixamento reflete a expectativa de enfraquecimento do perfil de crédito consolidado da Cemig nos próximos anos", escreve a Fitch que acredita na continuidade do crescimento da dívida da empresa.
 
A agência também aposta que a alavancagem financeira permanecerá acima de 4,0 vezes nos próximos três anos e que uma desalavancagem somente será possível a partir de desinvestimentos em volumes significativos. "A Perspectiva Negativa reflete os desafios do grupo Cemig para melhorar o perfil de sua dívida, que tem relevante volume vencendo no curto prazo, e fortalecer sua posição de liquidez.” A Fitch entende que a empresa realizou investimentos elevados, que incluíram o pagamento de R$2,3 bilhões pela outorga de 18 concessões de hidrelétricas, em um momento de escassez de linhas de crédito e de custo financeiro elevado, o que pressiona seus ratings.
 
Segundo a Fitch, os ratings consideram o risco consolidado do grupo e se baseiam na qualidade de crédito da Cemig como empresa integrada de energia, com atuação em geração, transmissão, distribuição e comercialização. O grupo se beneficia de sua diversificada e relevante base de ativos e investimentos, como forma de diluir o risco de negócios. Também foi incorporada a existência de risco político, devido a seu controle acionário público, além dos moderados riscos regulatório e hidrológico, inerentes ao setor elétrico.