A Madeira Energia (Mesa), sociedade que é a responsável pela UHE Santo Antônio (RO, 3.568 MW) afirmou que a subsidiária da Eletrobras, Furnas, que detém 39% do capital da empresa, recebeu todos os documentos e informações solicitadas e que, inclusive, forneceu voluntariamente para a sócia os dados para a elaboração do formulário 20F que a holding Eletrobras tem como obrigação apresentar à SEC, órgão nos Estados unidos equivalente à Comissão de Valores Mobiliários no Brasil.
A sociedade responsável pela UHE no rio Madeira é composta, além de Furnas, pela Caixa FIP Amazônia Energia (Fundo de investimentos voltado para esse empreendimento e que tem administração da Caixa Econômica Federal), Odebrecht Energia, Saag Investimentos (controlada pela Andrade Gutierrez Participações) e a Cemig-GT.
A Santo Antônio ressaltou que apesar de Furnas ser controlada da Eletrobras, a holding não é acionista direta na empresa e que as informações da Mesa são protegidas por lei e que é proibida a sua divulgação irrestrita de forma a atender a procedimentos e agentes externos, estranho a seu âmbito de atuação e de composição acionária. Além disso, destacou que é uma empresa brasileira, sujeita à legislação e às autoridades locais, diferente da Eletrobras, que se submeteu à legislação norte-americana como consequência a sua opção de emissão de valores mobiliários naquele país.
O posicionamento da Santo Antônio procura ser uma resposta às ações na Justiça que tanto Furnas quanto Eletrobras buscaram para que o escritório de investigação Hogan Lovells tivesse acesso a dados da Mesa. O objetivo é o de conseguir os balanços de 2014 e de 2015 assinados pela auditoria e assim apresentar o formulário 20F à SEC a tempo de evitar o cancelamento do registro da empresa na bolsa de valores de Nova Iorque, a Nyse.
A empresa responsável pela UHE Santo Antônio afirmou em comunicado que os procedimentos internos e externos de auditoria e investigação conduzidos pelos órgãos dos Estados Unidos na Eletrobras não vincula a Mesa pois esta não é controlada pela holding estatal e não tem relação com os fatos que estão no escopo da investigação. E ainda, que diante dessa situação, por duas vezes teve seu processo extinto pelo judiciário.