A greve na Eletrobras entrou em um impasse que só deverá ser resolvido no Tribunal Superior do Trabalho. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia-RJ), a companhia encerrou as negociações há duas semanas e na última terça-feira, 19 de julho, entrou com ação na Justiça do Trabalho e agora, a entidade que representa os trabalhadores do sistema Eletrobras, aguarda a audiência para que seja decidido o rumo do movimento. Até lá, a greve continuará por tempo indeterminado.

De acordo com Emanuel Mendes, diretor do sindicato, de um total de 16 empresas 11 aceitaram a proposta da estatal. As que recusaram são a Chesf, Furnas, Eletrobras Holding, Cepel e parte da Eletronuclear. Os trabalhadores reivindicam a reposição das perdas da inflação do último ano com data base em maio e que soma 9,28%. A estatal ofereceu como última proposta 5% no salário de julho com pagamento retroativo a maio e os 4,28% restantes em novembro, mas retroativos a abril.
“Este é o impasse, da forma que está a proposta da Eletrobras, os trabalhadores não terão a recomposição da perda salarial para a inflação do período. Não pedimos nem ganho real, apenas a reposição da perda para a inflação”, disse o dirigente. “Agora se a Eletrobras mudasse a retroatividade dos 4,28% para maio e não abril, teríamos o acordo [para encerrar a greve]”, destacou Mendes, que lembrou ainda que são os trabalhadores que decidirão pela continuação da paralisação ou pelo retorno às atividades em assembleia.
Segundo ele, a entidade ainda não teve informações de quando poderá ser realizada a audiência no TST até porque o tribunal entrou em recesso. Mas, como há empresas de serviços essenciais como as geradoras Chesf e Furnas, a justiça poderá antecipar a avaliação dessa ação e convocar as duas partes para a deliberação.