Os funcionários da Empresa de Pesquisa Energética decidiram fazer uma paralisação de advertência de 24 horas na próxima quinta-feira, 21 de julho. De acordo com Euler Silva, representante do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro na EPE, os funcionários pleiteiam uma reposição salarial de cerca de 9%, em linha com a inflação no período, enquanto a direção da empresa acena com cerca de 5% de reajuste. "O que a empresa está propondo é diminuição de salário. É necessário que a empresa apresente uma proposta em que as pessoas não percam", afirma.
Silva alega que a perda salarial acarretada pela proposta da EPE é muito grande, uma vez que no Rio de Janeiro, sede da empresa, despesas como alimentação e planos de saúde tem tido aumentos maiores que a média. Outro pleito é a implantação de um plano de cargos e salários, segundo ele, uma promessa antiga que ainda não foi cumprida. Colocando-se aberto a todo tipo de diálogo com a EPE, ainda não há uma rodada de negociação marcada, o que ele espera que aconteça logo.
Com duração de apenas um dia, Silva acredita que a paralisação não vai atrapalhar nenhum dos projetos em andamento na EPE. O sindicalista deseja do governo uma equiparação com a proposta de reajuste feita para os funcionários da Eletrobras, considerada superior à da EPE. Ele quer um tratamento melhor para a empresa, que também é uma estatal do setor elétrico. Ele espera que a paralisação surta efeito junto a direção da empresa e que se chegue em um acordo bom para as duas partes. "Não queremos um processo que chegue ao ponto do ano passado, em que tivemos uma greve de trinta dias", avisa.
A atual situação da EPE, em que o presidente Maurício Tolmasquim, já teve a sua saída efetivada pelo governo interino e Luís Augusto Barroso já aceitou o convite para ser o novo presidente, mas ainda não foi nomeado, foi criticada por Silva. Para ele, isso enfraquece os canais de negociação. "Nesse momento parece que há um vácuo dentro da empresa", adverte.