Com a oficialização do comercializador varejista, a próxima frente de atuação no sentido de estimular o mercado livre é acerca do financiamento para a expansão da capacidade de geração para o ACL. Segundo cálculo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia, há cerca de 8 mil MW em potência instalada que poderiam ser viabilizados para atender esse ambiente de contratação e isso somente nas fontes eólica, biomassa e PCHs que poderiam ser construídos com a possibilidade de se adotar o que a entidade convencionou chamar de garantias volantes.

De acordo com o presidente executivo da Abraceel, Reginaldo Medeiros, a entidade quer retomar reuniões com a nova direção do BNDES no sentido de falar sobre essa modalidade de financiamento para a expansão do mercado livre por meio de fontes renováveis. “O potencial é de 8 mil MW em novas usinas que não teriam os CCEARs de longo prazo. Se adotarmos o mecanismo adequado podemos alavancar a oferta de energia. O desafio agora para o mercado livre será a expansão da oferta”, destacou ele.
Medeiros se mostra otimista com o avanço nessa área uma vez que outras barreiras foram eliminadas ao longo dos últimos anos com novos mecanismos regulatórios e agora com a operação do comercializador varejista. Em sua avaliação, essa nova figura é a barreira mais expressiva que foi transpassada, pois com a redução da burocracia a tendência é de que a adesão de novos consumidores se acelere. E ainda, lembra das barreiras técnicas para a migração, como simplificação da medição, entre outras.
“Esse é futuro, não tem como você ampliar o mercado livre sem viabilizar a figura do comercializador varejista”, comentou. “Com essa regra, agora operacional, o consumidor vai ao mercado livre apenas como consumidor e não mais tendo a necessidade se tornar um agente na CCEE”, afirmou.
Enquanto os mecanismos de financiamento não chegam ao mercado, Medeiros lembra, que as regras da forma que estão apresentam um potencial de 46% da demanda no país já é elegível ao ACL. Segundo seus dados, atualmente 15 mil consumidores podem migrar, mas que apenas 4 mil estão efetivamente nesse ambiente. Ainda há cerca de 11 mil empresas com a possibilidade de mudança para se alcançar o indicador calculado.
Com a novidade e a desburocratização dessa migração ele acredita na aceleração da migração até porque agora há um potencial de indústrias e consumidores do segmento comercial poder acessar a energia, e assim, buscar maior competitividade com a redução de custos operacionais que em muitos casos podem chegar a algo entre 20% e 30% dentro do componente energia.