A decisão sobre venda de ativos da Eletrobras está definida até o momento apenas para as concessionárias de distribuição, afirmou o presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr, em entrevista. Segundo o executivo, ainda será preciso analisar a situação das 179 Sociedades de Propósito Específico nas quais a empresa participa atualmente. O governo já anunciou a intenção de vender participações societárias da estatal em empreendimentos de geração e transmissão de energia.
Das SPEs com participação da Eletrobras, 41 são transmissoras que apresentam resultado financeiro satisfatório. A empresa é sócia também em bons projetos hidrelétricos como Teles Pires, Santo Antônio e Jirau, todos com tarifa acima de R$ 100/MWh, mas há empreendimento na área de eólicas com problemas de execução.
Para Ferreira Jr, a empresa tem que se voltar para sua vocação original que é geração e transmissão de energia, porque essas são atividades menos intensivas em mão de obra. Ele acredita que se a empresa conseguir alcançar padrões de qualidade e excelência, é possível fazer com que esses ativos possam ser solução para geração de caixa futuro.
“Temos que perseguir menos o tamanho – já somos grandes – e mais a eficiência. E vamos ver essa margem aumentar, porque ela aumenta muito rápido”, afirmou. A estatal, acrescentou, já é a maior empresa de energia elétrica da América Latina.
O executivo também destacou a importância da integração energética com os países vizinhos, como as interligações existentes com o Uruguai e a Argentina, e disse que é absolutamente natural que hajam outras interligações. Ele não descarta a retomada no futuro do processo de internacionalização da empresa. Disse que a decisão da Eletrobras de sair do projeto de construção de uma hidrelétrica na Nicarágua foi correto, mas completou que há projetos bem sucedidos no Peru e no Uruguai, onde a taxa de retorno é de 10,25% em dólar.