A real entrada da eficiência energética em todos os segmentos no Brasil vai depender da criação de uma nova agenda que englobe todos os stakeholders, de modo que se viabilizem os investimentos necessários nessa área. A intenção de Fernando Figueiredo, gerente de Sustentabilidade e Novos Negócios da Schneider Electric, é que se leve ao governo esse pedido de modo que essas ações realmente se efetivem. "Temos que discutir os desafios da eficiência energética para que ela entre na pauta e não foque somente na intenção", explica Figueiredo, que esteve presente em evento promovido pela empresa no Rio de Janeiro, na última terça-feira, 26 de julho.
Ainda segundo o executivo, a ampliação das fontes renováveis também será uma importante aliada para a eficiência energética, sendo necessário que se destravem os financiamentos. Ele acredita que a entrada de Luiz Barroso na Empresa de Pesquisa Energética vai ajudar na construção dessa nova agenda com as partes interessadas e o governo, que deve ter uma atuação mais decisiva na questão do financiamento. Ele cita estudo do Cebds que mostra que uma redução de 20% no consumo poderia vir com investimentos de R$ 17 bilhões em eficiência energética. Isso eliminaria a necessidade de investimentos de R$ 90 bilhões em infraestrutura e ainda diminuiria as emissões. A forte migração para o ambiente de contratação livre que vem sendo feita por algumas indústrias também é vista por Figueiredo como um sinal positivo para a eficiência energética e o gerenciamento de energia.
Elogiando os movimentos feitos nos últimos meses em prol do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, Figueiredo vê o consumidor industrial em uma situação difícil para realizar investimentos de eficiência energética com a atual conjuntura econômica brasileira. Segundo ele, esse tipo de consumidor enfrenta um dilema de ter um mesmo capital para investir em redução de custos ou para investir no aumento da produção. "Ele sempre tende a querer maior produtividade", observa. Por esse motivo, o diretor da Schneider insiste na importância de um crédito específico para ações de eficiência energética.
Com soluções nessa área voltadas a propiciar um melhor gerenciamento da energia, a Schneider atua em mais de 100 países, o que lhe dá a expertise para atuar em todos os tipos de mercados, desde os mais maduros na eficiência até os iniciantes. "Temos as diversas soluções para todos os mercados. Para o Brasil temos as soluções que podem ser globais ou locais", aponta. Ele vê um longo caminho para o Brasil percorrer na eficiência energética, mas acredita que o benefício será grande no futuro. "Tem muito espaço para trabalhar e todo mundo tem a ganhar", avisa.