Os reservatórios hidrelétricos do país se mantiveram nos níveis esperados no início de julho, inclusive, com recuperação no nível de armazenamento do Sul. Dessa forma, o sistema elétrico passou por mais um mês do período seco sem que houvesse deplecionamentos que trouxessem mais ricos à operação.
 
Inicialmente, o ONS esperava terminar julho com armazenamento em 51% (Sul), 50,2% (SE/CO), 57,5% (Norte) e 23% (NE). A previsão agora é 91,4% (Sul), 51% (SE/CO), 55,3% (Norte) e 23,1% (NE). É importante lembrar que a região Nordeste passa pelo quarto ano seguido de chuvas abaixo da média histórica. É o pior quadriênio da história do submercado desde 1935.
 
Os dados foram apresentados nesta quinta-feira, 28 de julho, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, durante a reunião do Programa Mensal da Operação de julho, que pela primeira vez foi transmitida ao vivo pela internet. Segundo o ONS, a transmissão pela internet é "parte de uma estratégia para tonar a informação mais ampla e numa visão de economia de custos para os agentes".
 
Nos primeiros dez dias de agosto são esperadas poucas chuvas no Sistema Interligado Nacional. Além disso, não é possível prever como será o comportamento das chuvas no próximo período chuvoso, pois não hão há consenso entre os modelos climáticos e os meteorologistas a respeito da ocorrência e da intensidade do fenômeno La Ninã.
 
A fim de preservar os reservatórios nas regiões Norte e Nordeste, o ONS pretende reduzir a geração da hidrelétrica Tucuruí e aumentar o despacho térmico, o que pode fazer o Preço de Liquidação das Diferenças subir nesses submercados. Outra variável que determinará o uso mais intenso de térmicas será a geração eólica que, embora venha batendo recordes diários de produção – com fatores de capacidade acima de 40% -, também tem apresentado variações diárias intensas que exigem complementação termelétrica.
 
Carga – A carga do SIN em julho está estimada em 63.153 MW médios, o que representa uma variação positiva de 0,8% na comparação com julho de 2015. Para agosto e setembro, o ONS estima carga de 65.106 MW médios e 66.375 MW médios, respectivamente, alta de 2,4% e 1,3%. No acumulado do ano, o comportamento da carga apresenta variação positiva de 0,9% em relação aos sete primeiros meses de 2015, somando 66.310 MW médios.