Os Institutos Lactec, sediados na cidade de Curitiba (PR), estão comemorando a marca de mais de 300 projetos concluídos. Atualmente são 75 projetos em andamento no centro de pesquisa, executados nos âmbitos do Programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica, da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, da Lei de Informática e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial. No âmbito do programa de P&D da Aneel, é o maior executor, com 58 projetos. De acordo com Luiz Vianna, presidente do Lactec, a média de entrada é de 20 projetos por ano nos Institutos. Nas últimas semanas, mais quatro projetos para o setor foram assinados, o que eleva o número para 62. "Estivemos na vanguarda do programa, participamos dos principais projetos do país, temos projetos com as principais concessionárias", afirma.

Trabalhando com empresas do setor como Grupo Neoenergia, Copel, Usina Elétrica a Gás de Araucária e Energisa, Vianna vê ao longo dos anos um amadurecimento por parte das concessionárias, com uma tendência de projetos de maior orçamento dominarem em detrimento dos pequenos projetos. "Antigamente elas faziam mais projetos com menor valor e hoje elas fazem menos projetos com muito valor agregado", explica ele.  Mesmo trabalhando com projetos que abrangem orçamentos de até R$ 30 milhões, essa tendência não impede que o Lactec atue em projetos abaixo de R$ 1 milhão com pequenas concessionárias do setor.

O presidente do Lactec conta que entre os principais projetos que estão em desenvolvimento, merecem destaque os que envolvem os indicadores de duração e frequência das interrupções, motivo de preocupação constante das distribuidoras. Outra linha em que o Lactec tem sido bastante demandado é de temas ligados a sustentabilidade, que envolvem fontes alternativas de energia. O instituto tem uma planta fotovoltaica conectada à rede, que também é resultado de um P&D. Ainda segundo Vianna, o smart grid também é um tema em que o Lactec vem trabalhando ativamente, fazendo parte dos principais projetos no país. "Os projetos são muito amplos e vem ganhando cada vez mais força no país", observa.

Nos últimos anos, Vianna ressalta que as chamadas públicas da Aneel para projetos de P&D vem procurando desbravar novas linhas de pesquisa e que o Lactec está atento a esse movimento. O armazenamento de energia já vinha sendo estudado pelo instituto antes da chamada, assim como a energia heliotérmica. A equipe do Lactec já havia participado de workshop sobre o tema. "Nossos pesquisadores sempre estão participando de eventos internacionais, procurando a tropicalização de ideias para aplicar aqui no país", aponta.

Para comemorar os 300 projetos, o Lactec criou um painel em aço escovado em que cada projeto terminado é representado por uma peça com fundo magnético, com o título, o ano de execução e o nome do cliente que o contratou. Além do setor elétrico, ele também atua nas áreas de construção civil, automotiva e informática. Vianna sente falta de mais fomento para a inovação. A instituição viu com bons olhos o P&D que a Aneel lançou para mudanças no modelo do setor elétrico. Para Vianna, o P&D pode ser um bom impulsionador para as empresas do setor, que vinha sendo afetado por políticas que não lhe rendiam benefícios. "As empresas têm cada vez mais antecipado o investimento em P&D, prevendo essas mudanças no setor", revela.