A carga de energia do Sistema Interligado Nacional deverá alcançar 66.645 MW médios, crescimento de 1% em 2016, ou seja, incremento de 662 MW médios na comparação com 2015. Não houve mudança no cenário econômico do país. O resultado positivo é em razão das variações de temperatura na região Sul. Os consumidores de lá fizeram maior uso de ar condicionado em abril por causa do calor, enquanto no mês de junho houve maior uso de aquecedores por conta do frio. Os dados são da 2º revisão quadrimestral de carga, divulgada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico e pela Empresa de Pesquisa Energética na última quarta-feira, 3 de agosto.
 
Na 1º revisão do documento apresentada pelos órgãos em abril, a carga esperada do SIN para este ano apresentava recuo de 2,4% na comparação com 2015, para 64.573 MW médios. Vale lembrar que a carga do ano passado, assim como o consumo, apresentou encolhimento em relação a 2014 por conta do agravamento da crise econômica do país.
 
Para o período 2016-2020, estima-se um crescimento médio anual da carga de energia no SIN de 3,7%, significando uma expansão média anual de 2.589 MW médios. As maiores variações ocorrem nos subsistemas Norte e Nordeste, respectivamente, de 5,5% e 3,9% ao ano, enquanto que nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul a carga registra crescimento médio de 3,4% ao ano.
 
A previsão de consumo de energia elétrica neste ano também apresenta ligeiro crescimento (0,5%) em relação a 2015, explicado pelas variações das classes residencial (2,8%), industrial (-2,7%), comercial (1,3%) e outros (3,0%).
 
Contexto – Segundo ONS/EPE, a perspectiva econômica para o período 2016-2020 permanece igual em relação ao cenário adotado na 1º revisão quadrimestral, com retração na economia brasileira neste ano em consequência da demanda interna enfraquecida.
 
Devido ao elevado nível de capacidade ociosa e a baixa confiança dos empresários, a taxa de investimento deve apresentar nova queda no ano, após dois anos seguidos de retração (2014 e 2015). Com relação ao consumo das famílias, a expectativa é que este não retome no curto prazo devido à continuidade do aumento da taxa de desemprego e da queda da renda real.
 
Contudo, espera-se uma leve recuperação da economia brasileira em 2017, seguida por um cenário mais favorável a partir de 2018, “como consequência da melhoria das expectativas dos agentes e da retomada de utilização de capacidade instalada que viabilizará um crescimento mais forte no médio prazo".
 
Dessa forma, a expectativa é de que o PIB retraia 3,0% em 2016 e obtenha um crescimento gradual nos anos seguintes: 2017 (0,8%), 2018 (2,6%), 2019 (3,2%) e 2020 (3,2%). Ao longo do período 2016-2020, o crescimento médio esperado do PIB é 2,4% ao ano.
 
Submercados – Para 2016, estima-se que o submercado SE/CO registre carga de 39.184 MWmed, variação positiva de 0,2% na comparação com 2015; o Sul 11.505 MWmed (3,2%); Nordeste 10.441 MWmed (0,8%); e Norte 5.514 MWmed (2,5%). Clique aqui para ler a íntegra do relatório.