Todos os anos, cerca de 90 GWh são desviados da rede por causa de ligações clandestinas ou furto, o que representa um prejuízo de R$ 1 milhão para a Rio Grande Energia, distribuidora da CPFL Energia. A má notícia é que, pelas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica, uma parcela desta perda é repassada para as tarifas de energia dos consumidores, onerando a conta de luz.
 
Para evitar acidentes com comunidade e para garantir um fornecimento de qualidade para quem paga a conta de luz, RGE realizará 65 mil inspeções na rede elétrica para eliminar instalações irregulares. Somente no primeiro semestre de 2016, a concessionária regularizou cerca de 30 mil ligações clandestinas em sua área de concessão, recuperando 52,33 mil kWh de energia. Tal volume é suficiente para abastecer uma cidade do tamanho de Porto Alegre durante um dia.
 
De acordo com dados da Gerência de Serviços de Recuperação de Energia da RGE, o volume de ligações clandestinas descobertas nos seis primeiros meses de 2016 é 18% maior do que em relação ao mesmo período de 2015. Em média, pelo menos 1,6 mil medições com problemas são localizadas pelas equipes de campo todos os meses. A meta é finalizar o ano com 65 mil verificações em clientes residenciais, estabelecimentos comerciais e indústrias com indícios de irregularidades.
 
Segundo o gerente de Serviços de Recuperação de Energia da RGE, Alexsandro da Silva Souza, a distribuidora analisa as unidades consumidoras, faz o cálculo da energia furtada e cobra o consumo que não passou pela medição durante as inspeções. Além disso, as ações da gerência incluem o desligamento de ligações em invasões e áreas não regulamentadas pelo poder público. “O modelo utilizado atualmente é tão eficiente que é uma questão de tempo para identificarmos quem frauda ou furta energia elétrica“, diz. Para identificar os fraudadores, além das inspeções de campo, os profissionais trabalham com o cruzamento de dados de consumo e inteligência artificial, identificando com mais precisão possíveis fraudes.
 
Rastrear e efetuar o desligamento dessas ligações clandestinas, além de eliminar os prejuízos, é um deve público da companhia. A medida impede acidentes graves ou fatais com a população, por envolver a manipulação de redes energizadas. As ligações irregulares também são responsáveis por sobrecargas da rede elétrica, que deixam o sistema de distribuição mais suscetível a interrupções no fornecimento de energia e, eventualmente, provocam a queima de equipamentos e eletrodomésticos de uma vizinhança. “A regularização destes clientes não apenas traz cidadania para essa parcela da população, como também beneficia todos os consumidores com um serviço de melhor qualidade”, afirma Souza.
 
Além das inspeções, a RGE também promove ações de eficiência energética junto aos seus clientes para coibir os furtos de energia. Por meio da doação de geladeiras e lâmpadas mais eficientes, a instalação de aquecedores solares e trocadores de calor e campanhas educativas, a concessionária estimula o consumo consciente de energia, contribuindo para reduzir a conta dos clientes de menor poder aquisitivo. Só este ano, a RGE irá investir R$ 15,3 milhões em seu programa de eficiência energética. Deste total, R$ 1.697.762,00 serão destinados para a regularização de clandestinos. Em 2015, o Programa de Eficiência Energética (PEE) destinou R$ 11.346.170,00 para municípios da área de concessão da distribuidora.