A AES Eletropaulo conseguiu reduzir em 16 MW médios sua contratação por meio do primeiro processamento do MCSD Energia Nova em 12 acordos promovidos no mês passado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. E a companhia afirma que para este mês está centrada na busca de mais oportunidades para o segundo processamento. A meta da empresa é de conseguir um volume maior de reduções nos acordos com os geradores, que também buscam a redução de seus contratos com base nesse mecanismo. Mas não indicou qual deverá ser o montante que busca reduzir para os contratos de agosto a dezembro.
“O regulador apresentou alternativas para mitigar e reduzir o impacto para as empresas de distribuição, a primeira é a redução de acordos bilaterais e a outra são referentes aos acordos com algumas geradoras que estão em atraso e resultou em uma diminuição de 16 MW médios em nossos contratos”, revelou o presidente do grupo AES Brasil, Julian Nebreda, em teleconferência de resultados da empresa referentes ao segundo trimestre.
A empresa defende que é de sua responsabilidade apenas 0,75 ponto porcentual de sobrecontratação acima dos 105% regulatório. Os demais 8,25 p.p. para chegar aos 114% atuais deve-se a exposição involuntária, resultado da migração de consumidores para o mercado livre bem como a contratação obrigatória para o A-1. Segundo o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Francisco Morandi, somente esse ano 63 clientes migraram para o mercado livre. No ano passado inteiro foram apenas cinco migrações sendo todos eles especiais, ou seja, com pequena redução de carga total. O primeiro processamento do MCSD Energia Nova resultou na redução de 0,35 ponto porcentual no volume de sobrecontratação da distribuidora paulistana.
Com esse volume, a empresa, em comunicado ao mercado divulgado nesta sexta-feira, 5 de agosto, revisou os números de impacto financeiro com a sobrecontratação à metade. Passou de algo entre R$ 320 a R$ 375 milhões para uma faixa de R$ 60 a R$ 165 milhões. E envolve além da redução de contratos, redução do PLD e aumento da carga que vem sendo verificada.
A distribuidora ainda prevê a melhoria dos indicadores de qualidade DEC e FEC no próximo ano como reflexo dos investimentos no plano de recuperação para que esses números fiquem dentro do estabelecido pela Aneel. O diretor presidente da distribuidora, Charles Lenzi, comentou que são R$ 42 milhões investidos com a contratação de mão de obra e aquisições de equipamentos para realização de manutenção da rede. No horizonte até 2020 os valores de investimentos serão da ordem de R$ 3,5 bilhões.
“A piora dos indicadores de qualidade que tivemos são parte do plano de recuperação que estamos realizando e dos investimentos para ampliar o grau de modernização das redes e que demandam manutenções preventivas e requerem a interrupção do fornecimento, fato que impacta os indicadores”, explicou ele.
Outro tema que deverá resultar em decisão no segundo semestre do ano é a questão da dívida de R$ 1,9 bilhão que a empresa trava com a Cteep junto à Eletrobras, referente a um empréstimo realizado ainda em 1986. A companhia classificou o laudo apresentado e que aponta a distribuidora como a responsável pelo débito como esdrúxulo, nas palavras do vice presidente de Assuntos Legais da AES, Pedro Bueno. O tema ainda aguarda a decisão do juiz sobre o caso, mas a Eletropaulo coloca como possível o risco dessa perda.