A AES Tietê Energia mudou seu guidance de preços de uma faixa que variava de R$ 120/MWh a R$ 150/MWh para de R$ 140/MWh a R$ 170/MWh a partir de 2018. Segundo o diretor presidente da geradora, Ítalo Freitas, o viés é de alta nesses valores e representam as condições de perspectiva de aumento de carga que deverá ser estrutural no país, mudanças nos parâmetros de risco que ajudam na formação do PLD e redução da liquidez no mercado.
No curto prazo, com a alteração das projeções de carga revelada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, a empresa estima que os valores do PLD deverão apresentar aumento mais significativo a parir de setembro. E essa alteração deverá ser vista até o final do ano quando é retomado o período chuvoso. 
A empresa está com a perspectiva de colocar ainda no mercado cerca de 25% de sua garantia física para comercialização uma vez que a estratégia é de ficar com nível de contratação de 95% dos 1.244 MW médios que possui. Para este ano a empresa descartou novos contratos por considerar que o atual nível de acordos é o suficiente para mitigar os riscos com a flutuação do mercado de curto prazo e as incertezas acerca do GSF.
Para 2017, a empresa já está com 88% da sua garantia física contratada a um preço médio de R$ 156/MWh, R$ 2/MWh a mais do que o valor médio desse ano. Em 2019 o montante disponível é de 774 MW médios, ou 62% do total da empresa, e em 2020 são 74% a ser comercializados.
“Para 2016 já estamos em um patamar seguro de 95% de contratação e manteremos dessa forma por preservar e mitigar o risco com o mercado de curto prazo decorrente da hidrologia, o que garante flexibilidade para 2017 e para 2018”, afirmou Freitas em teleconferência sobre os resultados da empresa referentes ao segundo trimestre do ano.
Freitas, relembrou que a estratégia da companhia é de apostar em novos produtos ao mercado já que a empresa é considerada pelo Grupo AES como a plataforma de crescimento no país. Entre as opções estão os investimentos em fontes renováveis como a eólica, solar e outras formas de geração como a térmica a gás natural. Contudo, não indicou nenhum detalhe sobre grandes projetos, como a térmica na zona sul de São Paulo na qual a empresa é sócia da Emae e do consórcio Siemens/Gasen, que pode chegar a 1,5 GW de potência instalada. Nesse sentido, a empresa tem um projeto de geração distribuída de 5 kWp e negocia outro de 15 kWp que deverá entrar em operação comercial em outubro. Outro viés são projetos de armazenamento de energia.
Por isso, os investimentos da empresa no ciclo de 2016 a 2020 estão estimados em R$ 402,5 milhões, montante que deverá ser destinado a modernização das usinas para assegurar a disponibilidade do parque gerador da empresa. Aliás, em termos de geração de energia, houve aumento da produção em função da recuperação dos reservatórios da empresa que, segundo Morandi, na ultima quinta-feira, 4 de agosto estavam em 79,6%. O destaque ao final do segundo trimestre ficou com a recuperação na UHE Água Vermelha que passou de 69% para 88% ao final do período.