O montante de potência previsto para entrar em operação comercial neste ano deverá ser superado. A estimativa atual aponta para entrada de 10.600 MW de nova capacidade instalada em 2016, ante 9.402 MW estimados no início do ano. Os dados são do mais recente Relatório de Acompanhamento de Empreendimentos de Geração, divulgado a cada quatro meses pela Agência Nacional de Energia Elétrica.
Segundo a área de fiscalização da Aneel, entre 1º de janeiro e 5 de agosto de 2016 entraram em operação comercial 6.662 MW de potência instalada, o que representa cerca de 70% do total previsto inicialmente (9.402 MW). Desse total instalado, 3.676 MW são hidrelétricas; 1.736 MW de eólicas; 1.122 MW de térmicas; 1 126 MW de pequenas centrais hidrelétricas. "Vale destacar que o montante de potência previsto atualmente para entrada em operação comercial ainda em 2016 supera o prognóstico traçado no início desse ano. Verifica-se que há aproximadamente 4.000 MW previstos para iniciar operação comercial e, em se confirmando, 2016 encerra com mais de 10.000 MW de novos empreendimentos em operação comercial", destaca a Aneel.
Para fortalecer essa expectativa, até o início de agosto quase 1.000 MW de usinas em implantação já tinham sido liberadas para operação em teste. A operação em teste é a fase que antecede a operação comercial, situação em que a energia produzida é disponibilizada ao sistema, atendendo aos compromissos contratuais do agente. Entre 2016 e 2020, considerando os dados até o início de agosto deste ano, há uma previsão de 35.931 MW de potência a ser acrescida ao sistema elétrico brasileiro. Desses, 259,29 MW são específicos para atender aos sistemas isolados, previstos para entrar em operação entre 2016 e 2017, diz o relatório. A Aneel explica que os números apresentados no relatório contabilizam apenas as usinas com outorgas válidas. Dessa forma, não estão contabilizados empreendimentos que comercializaram energia em leilão e ainda não possuem outorga de concessão ou autorização do Poder Concedente.
Ainda segundo a agência, a UTE Mauá 3, localizada no município de Manaus, no Amazonas, deverá antecipar a operação comercial de sua primeira máquina em 14 meses. A usina de 590 MW de capacidade comercializou energia no leilão n°06/2014 (A-5), realizado em 28 de novembro daquele ano, com compromisso de suprimento em 1º de janeiro de 2019. Como o empreendimento já estava com as obras em andamento desde 2013, a previsão da Superintendência de Fiscalização da Geração (SFG) é que a operação da primeira máquina (189,55 MW) aconteça em outubro deste ano. A segunda máquina está prevista para maio de 2017. Lembrando que a usina é composta por três unidades de geração e utiliza o gás natural como combustível principal.
Outro destaque é para a hidrelétrica de Jirau, localizada no rio Madeira, em Rondônia. A usina deverá terminar o ano com as 50 UGs em operação, totalizando 3.750 MW de capacidade instalada. Atualmente o empreendimento possui 42 turbinas em operação comercial, sendo que cinco delas entraram em operação comercial neste ano. Entre junho e julho foram liberadas para testes mais três máquinas. Já a hidrelétrica de Santo Antônio (3.150 MW) deverá concluir a operação de todas as máquina até março de 2017. A usina tem 44 UGs liberadas para funcionar comercialmente e outras três em comissionamento, previstas para serem concluídos neste ano.
A UHE Belo Monte (11.233 MW), localizada no rio Xingu, no Pará, deverá terminar o ano com sete máquinas em operação comercial, três no sítio Belo Monte (1.833 MW) e outras quatro no sítio Pimental (155 MW), "em função do ritmo atual de obras da usina, com foco de sua força de trabalho na montagem eletromecânica". Duas unidades da cada de força principal (611,1 MW cada) e três da casa de força complementar (38,85 MW cada) iniciaram a operação comercial. Atualmente a SFG está prevendo a entrada da terceira unidade do sítio Belo Monte para outubro deste ano e mais uma do sítio Pimental para agosto. As demais devem iniciar a operação comercial entre 2017 e 2019, quando se espera a conclusão da obra. Lembrando que o projeto conta com 24 máquinas.