O diretor presidente da transmissora Taesa, João Procópio, disse enxergar melhores oportunidades de investimento em leilões do que por meio de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês). A fala do executivo veio em resposta a analistas de mercado nesta terça-feira, 9 de agosto, que sondavam o apetite da companhia para comprar possíveis ativos que vierem a serem postos à venda no mercado.
 
Segundo Procópio, a Taesa está atenta ao movimento dessas empresas que estão em dificuldades, algumas delas em recuperação judicial e outras quase nesse patamar, mas ponderou que a companhia sempre "primou pela cautela". "A gente está observando todos esses movimentos, temos olhado muito de perto, mas não temos nada que possamos compartilhar com vocês."
 
Para o executivo, os leilões de transmissão têm apresentado oportunidades de investimentos melhores para os seus acionistas. A empresa pretende participar do próximo certame do tipo, marcado para ser realizado em 2 de setembro, na BM&FBovespa, em São Paulo. "Acho que a grande oportunidade no setor hoje, tanto para as empresas que estão atuando quanto as que venham atuar, é em greenfield, que o volume é muito maior. Temos um leilão na frente com investimentos a uma taxa que é muito mais significativa do que qualquer investimento em M&A que possa existir", disse Procópio.
 
No início de agosto, a Agência Nacional de Energia Elétrica aumentou em 10,2% a Receita Anual Permitida para o próximo leilão de transmissão, para R$ 2,3 bilhões. Adicionalmente foram atualizados o valor do dólar, R$ 3,25, para cotações de equipamentos especiais, e os parâmetros de capital de terceiros. Nesta segunda etapa serão licitados 25 lotes de empreendimentos, com expectativa de investimentos da ordem de R$ 12,6 bilhões e geração de 25.780 empregos diretos. Serão licitados 6.800 km de linhas de transmissão e 8.200 MVA em capacidade de subestações.
 
Procópio reconheceu que hoje há muita dificuldade em encontrar construtoras com capacidade para executar todas as obras que o setor de transmissão precisa, porém o executivo entende que o prazo estipulado no próximo leilão é suficiente para cumprir todos os compromissos. As instalações de transmissão deverão entrar em operação comercial no prazo de 42 a 60 meses a partir da assinatura dos respectivos contratos de concessão, prevista para 25 de novembro de 2016.
 
Sobre o BNDES, que decidiu reduzir sua participação no financiamento dos projetos de 70% para 50%, Procópio disse que a Taesa ainda está avaliando o impacto dessa mudança no retorno dos empreendimentos a serem licitados.