O diretor administrativo da Itaipu Binacional, Edésio Passos, morreu na manhã desta terça-feira, 9 de agosto, aos 77 anos de idade, vítima de ataque cardíaco, em Florianópolis (SC). Passos, que começou sua carreira na Itaipu como conselheiro, exercia a atual função desde 2005. Foi um dos mais importantes advogados trabalhistas do Brasil. Ele deixa a mulher, Cleoci, e quatro filhos: Ana Beatriz, André, Estevão e Valquíria. O velório será nesta quarta-feira, 10, das 8h às 15h, na sala Esmeralda da Capela Vaticano, em Curitiba. Em seguida, o corpo será trasladado para o crematório de Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba.
 
Um combatente incansável. Mesmo bastante doente nos últimos meses, Edésio Passos conduzia sua vida com o espírito combativo de sempre. Só pediu licença médica para cuidar da saúde há pouco tempo, já quase sem condições para atuar. Na Itaipu, era um agregador. Foi assim que entrou e deixa seu legado na empresa onde conviveu desde 2003, primeiro como conselheiro administrativo, e depois, a partir de 8 de agosto de 2005, como diretor administrativo.
 
Com um currículo invejável no direito, jornalismo e sindicalismo, onde atuou como um dos maiores nomes da advocacia em defesa do trabalhador, teve entre suas principais marcas, na Itaipu, a articulação para a implantação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). “Se hoje a Unila é uma realidade, Edésio foi muito importante nesse processo, pois abriu as portas da Itaipu para que pudéssemos discutir o projeto e os propósitos da universidade”, disse Carlos Antunes, reitor do Instituto Federal do Paraná (IFPR) entre 1998 e 2002. Passos também ajudou para que Itaipu cedesse a área para o campus do IFPR em Foz do Iguaçu.
 
“O maestro morreu, mas não a sua obra. Edésio Passos deixou uma legião de seguidores, pessoas em busca de construir um mundo melhor a partir do seu legado.” Jorge Samek, diretor-geral brasileiro de Itaipu. “Na minha juventude, quando ainda iniciava os estudos na área jurídica, ele já era uma lenda, um verdadeiro ícone do Direito paranaense, principalmente pela reserva moral que sempre representou para todos nós. Vinte anos depois tive o prazer não só de trabalhar com ele, mas também de me tornar seu amigo e de confirmar tudo aquilo que dele ouvia falar, desde a época de estudante.” Cezar Eduardo Ziliotto, diretor jurídico.
 
“Durante este período bastante curto em que convivemos na diretoria da Itaipu [dois anos e meio], vi nele uma pessoa muito admirável, não só pela capacidade administrativa, mas também pela sua história de vida, que, sem dúvidas, representou uma valiosa experiência e o ajudou a conduzir seu trabalho na empresa. O via como uma pessoa diferenciada. Estamos sentidos pela sua morte, mas cientes de que deixou a sua marca por onde passou. Na Itaipu não foi diferente.” Airton Dipp, diretor técnico executivo.
 
“O Edésio foi uma referência para a minha geração, no Paraná. Em minha época de estudante, bebíamos conhecimento em discussões ou palestras que ele proferia. Ele era respeitado – mesmo por aqueles que não concordavam com suas ideias – por sua retidão, coragem, transparência e autenticidade. Não tergiversava. Ele cresceu, sob todos os aspectos, como profissional, líder político, líder de categoria e até como escritor, sempre na luta pelos mais injustiçados e oprimidos. Por isso se transformou em um dos principais advogados trabalhistas do Brasil e um defensor dos direitos humanos como poucos. Deixa uma lacuna impossível de ser preenchida.” Nelton Friedrich, diretor de Coordenação da Itaipu.
 
“Dr. Edésio foi um homem admirável pela sua trajetória e luta pelo Brasil. Sinto-me privilegiada por ter trabalhado com ele e por tê-lo conhecido como gestor de pessoas, que, com maestria, conseguia conciliar o lado da empresa com o do trabalhador e nos ensinou muito, fazendo com que as relações dos trabalhadores e da empresa, na Itaipu, evoluíssem e atendessem aos interesses comuns. Enfim, posso dizer que a contribuição dele foi relevante para a sociedade brasileira, do protagonismo com os trabalhadores ao protagonista nas relações do trabalho, numa empresa binacional.” Margaret Groff, diretora financeira executiva.
 
“O Sindicato dos Eletricitários de Foz manifesta profundo pesar pela morte do Dr. Edésio Passos. Sua passagem pelo mundo ficará eternizada no coração daqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-lo, por sua dedicação, talento, determinação, ética, credibilidade e coragem.” Assis Paulo Sepp, diretor presidente do Sindicato dos Eletricitários de Foz do Iguaçu (Sinefi).