O Ministério de Minas e Energia vai discutir com a Agência Nacional de Energia Elétrica e as distribuidoras de Roraima os termos da transferência da área de concessão da Cerr para a Boa Vista Energia, que atende a capital do estado. Além do repasse de recursos de fundos setoriais, a assinatura de um acordo entre as empresas vai permitir que a distribuidora da Eletrobras mantenha a mão de obra necessária à operação no interior, o que deve evitar a demissão imediata de trabalhadores.

As duas empresas estão sem contrato de concessão, mas a Eletrobras Roraima, nome oficial da Boa Vista, foi designada na semana passada como prestadora do serviço de distribuição em todo o estado. A operação é temporária e deverá ser mantida até 2017, quando o governo espera licitar as concessões das distribuidoras dos estados do Amazonas, Rondonia, Roraima, Acre, Piauí e Alagoas. Por decisão da estatal, nenhuma delas teve o contrato de concessão renovado, mas todas continuarão em regime precário de operação até a transferência de controle societário.

O processo de transição da Cerr foi discutido pela governadora de Roraima, Suely Campos, em reunião no MME nesta terça-feira, 9 de agosto. Campos admitiu dificuldades na operação da distribuidora, disse que herdou obras inacabadas e uma despesa mensal de R$ 7 milhões e pediu empenho do ministro Fernando Coelho para acelerar o processo de licenciamento das obras da linha de transmissão Manaus-Boa Vista, que vai integrar o estado ao Sistema Interligado.

 “A situação energética de Roraima é delicada”, afirmou Campos, lembrando que as térmicas usadas são caras e a energia importada da Venezuela foi reduzida de 220 MW médios para 95 MW médios. Ela garantiu que com a transferência da operação para a Eletrobras nenhum trabalhador será demitido, e aqueles que forem necessários serão mantidos mesmo após a privatização da empresa.