A Eletrobras vai revisar seu Plano Diretor de Negócios e Gestão para o novo quinquênio 2016-2020. De acordo com o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr., será realizada uma revisão nos investimentos da companhia. Nos últimos anos, a empresa vem trabalhando como uma previsão de investimento anual em torno de R$ 13 bilhões. Mas esse montante, nunca vem sendo realizado em sua plenitude. Neste ano, segundo o executivo, o investimento deverá ser ainda menor.

"Estamos revisando nossos investimentos, que estão incompatíveis com a nossa gestão de caixa", apontou o executivo. Armando Casado, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Eletrobras, afirmou que a dívida líquida da empresa está em R$ 18 bilhões. "Não estamos indo a mercado, não estamos captando. Estamos trabalhando com base no nosso caixa. Não vamos realizar a previsão de investimentos de R$ 13 bilhões", completou.

O novo plano deverá contemplar ainda, entre outros aspectos, diretrizes como o aprimoramento do modelo de negócios, governança e gestão das empresas do grupo, contemplando uma readequação de suas estruturas societária e organizacional. A reestruturação do negócio de distribuição, com a transferência de seus controles acionários, também estarão presentes. A empresa quer ainda reduzir despesas com PMSO – Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outros – e padronizar seus sistemas de informação corporativos com o objetivo de apoiar a implantação de um novo modelo de gestão empresarial. No segundo trimestre do ano, os gastos com PMSO aumentaram 19,1%, passando de R$ 1,875 bilhão em 2015 para R$ 2,234 bilhão em 2016.

A Eletrobras conta ainda com o recebimento da 2ª tranche das indenizações de geração e transmissão referente a renovação das concessões. Somente a Eletronorte não teve o valor da sua indenização homologado pela Aneel referente à RBSE, mas Ferreira Jr. acredita que isso ocorrerá em breve. Pelos cálculos da companhia, esse valor será de pouco mais de R$ 3 bilhões.

Nesta terça-feira, 16 de agosto, a Eletrobras divulgou seus resultados do segundo trimestre, apresentando um lucro de R$ 12,7 bilhões. Segundo a empresa, o resultado positivo se deve, principalmente, aos efeitos da portaria 120, que estabeleceu as condições de pagamento e remuneração relativa à RBSE, com impacto na conta de atualização das taxas de retorno da transmissão de R$ 25,810 bilhões.