Embora tenha crescido 57,7% nos últimos três anos, entre dezembro de 2015 e julho de 2016, o custo médio da energia para o setor produtivo teve um recuo de 5%. Os dados são do Boletim de Conjuntura do Setor Elétrico, publicado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Em 2013, o custo era de R$ 336,08/MWh, subindo para R$ 557,68 em 2015. Até junho de 2016, ele caiu para R$ 529,93. O boletim, que terá divulgação trimestral, alerta que as próximas semanas serão importantes para o setor. Variáveis como o nível dos reservatórios e a consequente formação do preço poderão sofrer movimentações decisivas que poderão trazer de volta a bandeira amarela, com o aumento de R$15/ MWh.

"O aumento do consumo, a consolidação do período seco e o fim do El Niño podem trazer a bandeira amarela de volta. Saber interpretar essas variáveis será de grande valor para a indústria", explica Tatiana Lauria, especialista de Estudos de Infraestrutura do Sistema Firjan. O recuo nos custos é considerado por ela como positivo, já que alguns setores ficam menos pressionados, em especial aqueles que a energia tem grande impacto.

No consumo, o informativo da Firjan destaca que o consumo no ambiente e contratação livre vem se intensificando, chegando a 27% em julho. Nesta mesma época do ano passado, ele era de 24,8%. O crescimento vem devido aos altos preços que vem sendo praticados no ACR, que leva as empresas a buscarem contratos mais vantajosos no ACL. Com queda de 5,7% no semestre, o segmento industrial reflete o difícil momento econômico do país. Segundo Tatiana, houve uma queda no preço do ACL, o que levou a uma grande migração. A especialista da Firjan ressalta a necessidade constante da indústria de acompanhar as variáveis e os preços no mercado livre.

De acordo com o boletim, apesar do aumento dos níveis dos reservatórios este ano, há um declínio causado pelo começo do período seco, que junto com a falta de chuvas e a possível retomada do aumento do consumo, cogita a volta da sinalização amarela. Contratos de consumidores livres poderão ser impactados pelo crescimento do PLD. Na geração, o boletim da Firjan mostra que as previsões de queda nos níveis dos reservatórios feitas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico podem trazer geração termelétrica com custos para o consumidor.