A BYD Energy do Brasil, divisão de energia da fabricante chinesa de baterias e veículos elétricos BYD, assinou acordo de cooperação com a Secretaria do Trabalho da Prefeitura de Campinas, interior de São Paulo, para a criação de 300 postos de trabalho em sua nova fábrica de painéis solares no município. A instalação da primeira linha de produção entrou em fase final, com previsão de inauguração no primeiro bimestre de 2017. Com um investimento inicial de R$ 150 milhões, a fábrica produzirá inicialmente 200 MW ano em equipamentos para geração de energia solar.
 
Segundo a empresa, a expansão da produção pode ocorrer se o governo melhorar a competitividade fiscal para os painéis solares fotovoltaicos a serem produzidos no Brasil. Atualmente, importar ou comprar insumos para a fabricação dos painéis solares no Brasil tem uma carga tributária quase duas vezes superiro se comparados aos equipamentos prontos importados, segundo cálculos Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.
 
“Precisamos dar aos painéis solares produzidos no Brasil os mesmos benefícios tributários que já são concedidos aos produtos importados, uma vez que a fabricação local gera empregos e impostos no país” argumenta o diretor de Marketing, sustentabilidade e novos negócios da BYD do Brasil, Adalberto Maluf. O governo incentivou o mercado solar com os leilões de energia, mas a indústria local vem perdendo a oportunidade de fornecer esses painéis com fabricação local. “O governo precisa resolver os gargalos da tributação de PIS, Cofins e ICMS sobre os insumos para a fabricação local. Atualmente os painéis solares  importados tem isenção desses tributos, já quando importamos ou compramos localmente insumos para a fabricação local, pagamos esses impostos que não podem ser repassados aos geradores de energia” destaca Maluf.
 
Atualmente, os painéis produzidos no Brasil pagam mais impostos do que os importados se comparados os impostos para a produção, e ainda pagam mais impostos na venda do produto final, dificultando a expansão desse importante setor no Brasil. Entretanto, mesmo com essas dificuldades tributárias, houve um rápido crescimento da geração de energia solar no Brasil, que criou um cenário propício para a produção dos mesmos no país, uma vez que alguns ganhadores dos leilões de energia centralizado e alguns geradores de energia solar distribuída preferem o financiamento do BNDES para seus projetos para não ficar expostos ao risco cambial.
 
A primeira planta da BYD Energy será uma plataforma de desenvolvimento sustentável da empresa para a América do Sul, e também constribuirá para a criação de empregos, fortalecimetno e adensamento dessa nova cadeia produtiva no Brasil. Nessa primeira fase serão produzidos módulos solares fotovoltaicos Double Glass, ou painéis de silício puro vidro duplo, uma tecnologia inovadora que garante maior vida útil (40 anos), menor degradação (0,3%) ano em comparação aos módulos convencionais (0,6%) fe consequentemente mais geração de energia na vida útil dos painéis solares, entre outras vantagens para instalação, transporte e armazenamento, e redução de custos com cabos e inversores.