Na busca pela racionalização dos custos, a Eletrobras avalia ações como algum tipo de Plano de Desligamento Voluntário e a unificação das suas atividades em apenas um prédio no Rio de Janeiro e em Brasília. Em entrevista a jornalistas nesta terça-feira, 23 de agosto, o presidente da empresa, Wilson Ferreira Júnior, garantiu que a empresa vai ter que investir em eficiência operacional, já que o seu lucro foi apenas contábil devido à incorporação das indenizações de ativos da rede básica. "Precisamos fazer um grande esforço de eficiência", afirmou ele.
De acordo com Ferreira Junior, ainda não há nada decidido sobre o possível PDV, já que demandaria uma importante negociação com os sindicatos. Ele quer que os colaboradores da Eletrobras tenham a consciência da importância da sustentabilidade da empresa para que ela possa assegurar a própria aposentadoria deles, independente da idade que eles tenham. "Se tem uma empresa que é sustentável no tempo, a aposentadoria vai ser melhor, se não tem pode repetir problemas que já ocorreram com várias empresas", avisa o executivo. A Eletrobras tem hoje 23 mil empregados próprios.
Ainda de acordo com o presidente da Eletrobras, as indenizações de RBSE só começarão a ser pagas no ano que vem, o que a faz ter que manter a diretriz da melhora operacional da empresa. Ele classificou como positivo reconhecimento das indenizações, uma vez que isso recompõe o patrimônio dela e o seu fluxo de caixa. Porém, ele lembra que isso ainda não é suficiente para resolver os problemas da empresa. Segundo ele, a Eletrobras tem ativos renovados que ainda não tem custo inferior à receita e os indicadores de eficiência dos outros ativos ainda são inferiores aos das outras empresas do mercado.
A unificação das atividades do grupo em apenas um prédio tanto no RJ quanto no DF já era uma ideia que havia sido levantada pelo antecessor de Wilson Ferreira no cargo, José da Costa Carvalho Neto, em 2014. À época, a intenção era levar todas as empresas para a sede de Furnas, no Rio de Janeiro. Em Brasília as subsidiárias ficariam na mesma sede. Segundo o atual presidente, atualmente a Eletrobras está espalhada em seis prédios no RJ e tudo em um prédio só vai beneficiar a empresa.