A Eletrobras já começou uma rodada de negociações com a Petrobras para o equacionamento da dívida de R$ 5,4 bilhões pelo fornecimento de combustível para sistemas isolados às distribuidoras do grupo. De acordo com o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, reunião realizada na última semana começou a apresentar as alternativas, com as garantias para o pagamento sendo avaliadas pela Petrobras.

Ainda de acordo com Ferreira Júnior, a maioria da dívida é das distribuidoras Eletrobras Amazonas Energia (AM) e da Eletrobras Distribuição Roraima (RR). Segundo ele, a MP 735 foi benéfica para essas distribuidoras, uma vez que ela possibilita a contabilização de recursos vindos da conta de consumo de combustíveis e da conta de desenvolvimento energético que elas não receberam por estarem inadimplentes. Já há uma dívida anterior de R$ 10 bilhões com a Petrobras negociada e que está sendo paga. Essa nova dívida foi criada devido ao desequilíbrio dessas concessionárias.

Também haverá uma mudança nos parâmetros de perdas de energia dessas distribuidoras, o que vai melhorar o caixa delas, além de um reconhecimento de um montante por parte pela agência reguladora que também vai auxiliar no equacionamento dessa dívida. A dívida também será estruturada para que ela viabilize a transferência de controle da distribuidora.

A Eletrobras decidiu entregar as concessões das suas distribuidoras e ela estão sendo operadas por ela sob regime precário. Para o diretor de relações com investidores da Eletrobras, Armando Casado, a decisão foi boa, uma vez que a esforço de caixa era grande e a distribuição não era o seu ramo de atividade de origem. A transferência para um novo dono deve acontecer até dezembro de 2017. Nesse período, o órgão regulador vai avaliar o fluxo financeiro das distribuidoras.