A Copel está próxima de fechar um acordo com a Eletrosul para a troca de ativos em transmissão na região sul do país. O foco da estatal paranaense é o de concentrar os esforços no segmento em seu estado. A perspectiva da companhia é de que nas próximas semanas um acordo esteja delineado sendo que a Copel pode repassar à subsidiária da Eletrobras ativos em Santa Catarina e Rio Grande do Sul e receber outros no Paraná.
De acordo com o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Copel, Luiz Eduardo Sebastiani, o ganho pretendido com a medida é de gestão. Segundo ele, ao concentrar os ativos em seu estado, a empresa reduz custos de manutenção e de operação, trazendo, dessa forma, mais eficiência no uso dos recursos da empresa. Ele não descartou ainda a realização dessa mesma ação para outros ativos como com a Elecnor no Maranhão ou ainda com a State Grid no complexo do Teles Pires, onde mantém duas SPEs. Mas, nesses dois casos poderia envolver ainda uma alienação de ativos.
“No caso com a Eletrosul é uma troca onde a ideia é de que não haja perda de receita ou tampouco a necessidade de aporte de capital de ambas as partes. É uma operação complexa, tem todo um processo jurídico, mas do ponto de vista técnico, de valor e de operação estamos bem próximos da conclusão”, revelou Sebastiani após reunião da Copel com analistas e investidores promovida pela Apimec-SP. “Com a Elecnor, é perspectiva, ainda não conversamos sobre o caso, mas o fato é de que essa linha de transmissão em local distante do estado núcleo da Copel”, comentou ele.
Sebastiani não apontou os ativos envolvidos, mas dentre os ativos que podem estar no escopo dessa avaliação figuram as SPEs Costa Oeste onde a empresa paranaense detém 51% e a Eletrosul 49% em lote que fica entre as cidades de Cascavel e Umuarama (ambas no PR), a SPE Transmissora Sul Brasileira onde as participações são de 20% da Copel e 80% da Eletrosul, além da SPE Marumbi cujo capital social se inverte, sendo 80% da paranaense e 20% da subsidiária da Eletrobras. Com a espanhola, a Copel detém duas SPEs sendo uma no Maranhão e outra dento do estado do Paraná.
“Com esses dois [Elecnor e State Grid] não há nada encaminhado são perspectivas para concentrar a estrutura de transmissão no estado do Paraná”, reforçou ele. Segundo o executivo, essas são hipóteses de negócios a serem analisadas e que devem depender de como se dará o andamento do acordo com a Eletrosul. E outro fator importante no caso das SPEs com a chinesa é que a linha que conectou a UHE Teles Pires começou a gerar caixa para a empresa após percalços e atrasos que marcaram a obra e que agora não faria muito sentido realizar a alienação.