Uma decisão sobre uma nova redução da vazão do rio São Francisco, de 800 m³/s para 700 m³/s, deve ser tomada ainda neste ano, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata. O ONS vem alertando para a situação crítica do rio São Francisco, que está sofrendo com a falta de chuvas na região. Mas a decisão final envolve o Ministério de Minas e Energia, o Ministério da Integração Nacional e o Ministério do Meio Ambiente, devido aos impactos que causa, principalmente no abastecimento de água para a população.

"A decisão deve sair ainda neste ano. O ministro Fernando Coelho está bem sensível a isso", afirmou o executivo. Barata explica que se não houver a redução e as chuvas continuarem abaixo do esperado na região, no final de 2017 pode não ter água para passar no reservatório. No entanto, ele frisa que essa decisão não é para beneficiar o setor elétrico.

"Essa decisão não é para beneficiar o setor elétrico, porque se eu reduzo a vazão, eu gero menos", disse durante encontro com jornalistas pelas comemorações dos 18 anos do ONS. A ideia é guardar um pouco mais de água no reservatório para enfrentar possíveis períodos críticos que virão. Ele comenta que a vazão que chega a Sobradinho é de 300 m³/s, mas sai, no momento, 800 m³/s, o que faz com que a água do reservatório esteja sendo liberada.

Para compensar uma eventual redução na vazão, seria necessário, de acordo com Barata, acionar algumas térmicas de CVU baixo. "São térmicas que não impactariam muito no preço. Aumentaria muito pouco", analisa. Quanto ao abastecimento de energia para o Nordeste, ele afirma que está garantido. "Não há risco de abastecimento para a região", diz. Além das hidrelétricas, a região é abastecida por térmicas, eólicas e de energia transmitida de outras regiões do país.