Os analistas da Coinvalores estiveram reunidos com o gerente corporativo de Relações com Investidores da Energia, Eduardo Laudares, iniciando o acompanhamento das operações de uma das maiores empresas do setor de distribuição de energia elétrica. Segundo o documento, foi relatado que a companhia não descarta o interesse nas privatizações que devem ocorrer nos próximos meses, apenas de a empresa entender que as atuais taxas de juros dificultam a realização de novas aquisições.
 
A Energisa está em áreas de potencial expansão da base de ativos regulatórias e com perspectiva de crescimento de consumo acima da média do país. O Grupo atende a mais de 16 milhões de habitantes e controlando 13 concessões, distribuídas entre os estados da Paraíba, Sergipe, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo e Paraná.
 
A companhia, relatam os analistas, continua trabalhando para extrair valor da aquisição do Grupo Rede, realizada no segundo trimestre de 2014, por meio de uma série de iniciativas, como redução de custos e investimentos (Capex), que visam igualar a eficiência operacional e financeira das concessões adquiridas ao desempenho das distribuidoras pioneiras do grupo. Importante destacar que pouco mais da metade do valor estimado para tal aquisição já foi extraído até o segundo trimestre de 2016, sendo que a perspectiva é captar o restante desse valor até o final de 2018.
 
Segundo a empresa, diz o relatório, as distribuidoras do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins (que corresponderam por cerca de 35% do lucro do segmento de distribuição no primeiro semestre de 2016 e por quase 70% dos investimentos nesse mesmo período) são as que contam com maior potencial de crescimento, tanto por conta da expansão da rede de distribuição quanto pelo próprio consumo, que tende a crescer acima da média nacional, de acordo com projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
 
A empresa voltou a afirmar que a recente captação de R$ 1,36 bilhão por meio de uma oferta pública de novas ações teve como principal objetivo a redução da alavancagem da companhia. Com essa entrada de capital, o índice dívida líquida/ebitda deve cair dos 4,2x registrados no segundo trimestre de 2012 para algo em torno de 3,4x vezes. Em termos de objetivo, a companhia entende que um indicador próximo a 3,0x seria razoável dentro das condições vigentes. Já a elevada despesa financeira registrada no segundo trimestre deste ano, diz o relatório, originou-se por conta do câmbio e da política de hedge, segundo a própria Energisa. Esse é um aspecto importante a ser acompanhado nos próximos resultados.
 
"Estamos iniciando o acompanhamento das operações da Energisa, e nossa primeira impressão foi positiva, principalmente por questões como a perspectiva de ganho de rentabilidade através da expansão da base de ativos regulatórios (RAB) de suas distribuidoras no médio/ longo prazo, haja vista que suas duas principais distribuidoras só devem passar pelo 4º Ciclo de Revisão Tarifária em 2018. Ademais, também há espaço para ganho de eficiência em indicadores de qualidade operacional, como nível de perdas de energia, duração e frequência das interrupções no fornecimento, com a integração das distribuidoras do Grupo Rede. No entanto, o volume de investimentos a ser realizado deve continuar elevado nos próximos anos, fato que pressiona sua alavacangem financeira (mesmo após a captações dos R$ 1,36 bilhões) e também limita a participação da companhia em leilões de concessões e/ ou privatizações", conclui o documento.