Atingindo a marca de 10 GW em operação, o setor eólico começa a vislumbrar outras frentes de atuação para a sua cadeia industrial. De acordo com a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, Élbia Gannoum, a atual cadeia atende as atuais necessidades do setor, o que faz com que comece a se olhar para o futuro. A associação estuda um plano de exportação de equipamentos para a América Latina. "Hoje nossa preocupação já é outra. A indústria está pronta para atender o Brasil", disse ela, na abertura do Brazil Windpower 2016, realizado nesta terça-feira, 30 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ).
Segundo a executiva, há no país sete fábricas em que cada uma produz de 400 a 500 MW por ano. Avistando um limite para o mercado brasileiro, vem daí a ideia do plano de exportação. Ainda segundo ela, a consolidação da cadeia perante o Banco Nacional de desenvolvimento Econômico e Social veio nos anos de 2014 e 2015.
As recentes operações envolvendo fabricantes de aerogeradores foram vistas como positivas para ela. Nos últimos anos, a Alstom foi vendida para a GE, a Siemens fez um acordo com a Gamesa e a Acciona fundiu-se com a Nordex. Para ela, isso faz parte da dinâmica do setor de infraestrutura, que costuma exigir altos investimentos para atender a produção. "O fato de ter fusões e aquisições é benéfico. São empresas fortes que se juntam para atender o mercado", ressalta.
Com poucos players, o que lhe dá características de oligopólio, os fabricantes têm grande potencial de investimento, o que também justifica operações desse tipo no setor. Todos os fabricantes globais de aerogeradores estão instalados no país, o que demonstra a atratividade do mercado.