Com 261,4 MW de eólica já operando, a Rio Energy em dois anos deve chegar a 484,65 MW de capacidade no país. Com os complexos de Caetité (BA – 54,4 MW) e Itarema (207 MW) já gerando energia e o de Serra da Babilônia (BA – 223,25 MW) ainda para ser inaugurado em 2018, a empresa analisa participar do leilão de energia este ano. "Estamos analisando com carinho os leilões do fim do ano", conta Marcos Meireles, CEO da empresa. O executivo que participou de painel no Brazil Windpower, realizado na última quinta-feira, 1º de setembro, no Rio de Janeiro (RJ), atentou para o fato que as condições de financiamento serão determinantes para que a empresa defina sua participação no certame.

O executivo foi mais um que defendeu a dolarização de parte dos PPAs em dólar, de modo a atrair o capital externo no financiamento. Segundo Meirelles, essa opção já existiu como valor normativo e era usado nos contratos assinados entre as distribuidoras e os geradores. Ele sugere que seja adotado no início um valor de percentagem pequeno e depois ele pode ir crescendo, para que os bancos comerciais também consigam entrar no longo prazo.

Ainda segundo Meireles, o financiamento deve ficar cada vez mais difícil para que não tem um histórico de projetos bem executados, já que a liquidez não é grande. Ele acredita que essa opção do PPA em dólar seria saudável para o financiamento no país, uma vez que traria oxigenação ao setor financeiro do país, com uma nova possibilidade além do BNDES. "A dosagem poderia ser feita pelo regulador e a EPE faria as contas para ver qual o mix que faz sentido para eles", avisa.

A questão da transmissão tem sido uma variável importante na definição dos projetos. Segundo ele, a ideia da ICG era boa, mas devido a sua morosidade de implantação acabou suspensa. "Se definir um mecanismo mais rápido, os investidores privados podem participar e poderia funcionar. Membros do governo vem defendendo que os investidores eólicos se aproximem da transmissão e que uma possível volta da ICG poderia auxiliar na expansão da fonte.

Também com projetos solares na carteira, a Rio Energy tem 60 MW em Caetité em desenvolvimento esperando o próximo leilão solar. A intenção é ter usinas solares acopladas aos seus parques eólicos, usando o modelo híbrido, considerado de menor custo por Meireles.