A primeira fabricante de equipamentos eólicos a se instalar no Brasil, a Wobben Enercon deverá ter em breve uma nova meta de expansão. Segundo o presidente da fabricante, Fernando Real, atualmente os resultados no país representam algo entre 8% e 9% do mundo e esse índice ficará mais elevado. Na esteira desse aumento está o potencial brasileiro de energia eólica que é de 500 GW ante o que já está explorado, ou seja, uma perspectiva ainda de que o segmento possa avançar exponencialmente nos próximos anos em decorrência do crescimento econômico que deverá ser retomado.

“A empresa está no Brasil há 21 anos e mais do que nunca o board da companhia, na Alemanha está voltado para o mercado da América Latina e o Brasil tem papel importante nesse cenário. Hoje representa de 8 a 9% da Wobben mundial, é pouco diante de potencial do país. Temos uma política nova ainda não determinada, eu tenho o meu número de quanto a operação local pode alcançar, mas não posso dizer. Ele é certamente mais atraente que esse”, comentou o executivo após sua participação no Brazil Windpower 2016.
No momento a companhia tem um backlog de pedidos que soma 257 MW para ser entregue. São cerca de 150 máquinas que ocupa as fábricas da companhia até 2018, relatou Real. Contudo, explicou, apesar desse cenário aparentemente estável, esse é o Brasil de três anos atrás, quando ainda não se falava de crise e o consumo de energia estava em alta. Ele alerta para o fato de que é necessário que se retome a contratação de eólicas no país em um nível mais elevado, até porque a cadeia de subfornecedores que conta com cerca de 1 mil empresas precisa dessa demanda para se manter.
Ele reforçou o coro do setor durante o evento de que é necessário ter previsibilidade de contratação de longo prazo. E esse fator não deve ser difícil de ser adotado, uma vez que a perspectiva é de que haja a retomada do crescimento econômico por aqui. Real lembra que o estudo apresentado recentemente pela ABEEólica, elaborado pela PSR e LCA aponta que as sobras de energia que efetivamente existe é de cerca de um terço da energia de papel, aquela que está em contratos.
“A indústria nacional está parada por conta da crise econômica e é muito fácil de retomar o consumo com uma recuperação econômica, já a oferta de energia nova dá uma resposta naturalmente mais lenta por mais que a fonte possa ser construída de forma rápida. Ou seja, aí poderemos ter um gap de falta de energia que pode até mesmo impedir que o país volte a crescer tudo o que pode. O Brasil precisa de energia, pelo menos termos os 2 GW no leilão de dezembro”, afirmou o presidente da Wobben Enercon.
De sua parte, disse, a companhia está otimista com o desempenho nacional, já há contratos e pré contratos fechados com projetos que estão aptos a participar do leilão de energia de reserva que está agendado para 18 de dezembro. E ressalta que a empresa olha para aqueles projetos que realmente apresentam chances de vender energia no certame e assegura que seus aerogeradores são competitivos. Ele não revelou a taxa de sucesso nessas negociações apenas comentou que está acima do que imaginava poder alcançar mas ainda é menor do que pretende alcançar.