A divisão de energia eólica da multinacional americana GE alcançou uma base instalada de 2 mil aerogeradores instalados no país que somam 3,5 GW em capacidade de geração. Esses números elevaram as perspectivas da companhia ao ponto de colocar serviços como um ponto de destaque para a atividade da companhia no Brasil. Tanto que a empresa se organizou em cinco centros de serviços no país para atender esses clientes, e assim, garantir um fonte de receita adicional no setor, que é vista como um dos pilares para a estabilidade e previsibilidade de atuação de fabricantes no país.

“Estamos nos movendo para esse caminho, antes todos [os fabricantes de aerogeradores] estavam focados em vender máquinas, mas agora com essa base grande que temos precisamos defender até porque outros podem querer atua nesse segmento. E serviços traz a diversidade de receita que é recorrente e ajuda na sustentabilidade da empresa”, explicou Rosana Santos, líder de Marketing e Produtos da GE Wind à Agência CanalEnergia, durante a edição 2016 da Brazil Windpower. Os centros estão espalhados pelos estados de Rio Grande do Norte, Pernambuco, Piauí, Bahia e Rio Grande do Sul.
Entre os produtos que a GE aponta como de importância nesse novo momento da companhia está a plataforma Digital Windfarm, lançada na edição do ano passado da maior feira do setor eólico na América Latina. Segundo Rosana, esse serviço apresentou um avanço importante nos Estados Unidos. Aqui no Brasil as iniciativas começam a sair do papel, mas ainda no formato de estudos para diversos clientes da empresa. Entre esses está a análise de uma ferramenta nomeada como Power Up, que segundo relatou a executiva, em uma simulação, indicou a perspectiva de aumento de 5% na energia produzida no parque eólico em questão.
“O Digital Windfarm pode aumentar ainda a previsibilidade de geração nas próximas 24 horas em um determinado parque, por exemplo, é uma ferramenta importante para fidelizar clientes”, acrescentou.
Apesar desse foco de atuação em serviços a empresa, que calcula deter 37% de participação de mercado ao considerar apenas as máquinas que estão em operação no país, ressalta que não deixará em segundo plano a venda de máquinas. Com cerca de 2 GW de pedidos em seu backlog, a empresa lançou atualizações de sua plataforma de 2,5 MW com novas alturas de torres para alcançar ventos que estão acima dos 110 metros, principalmente no Rio Grande do Norte, onde os ventos justificam o investimento com a elevação da altura. A outra é de 87 metros, uma pequena elevação de altura que permite ganhos de geração e baixo aumento de capex.
Além das torres, a GE apresentou ainda os rotores de 116 metros que se justifica para fazer uso mais eficiente dos ventos brasileiros. A turbina de 2,5 MW também é outra novidade da empresa que promete entregar um adicional de até 32% na produção de energia a 8,5 metros/segundo.
A expectativa da executiva sobre o próximo leilão de energia de reserva agendado para dezembro possa preencher a fábrica até a retomada da economia e, consequentemente, gere a necessidade de novas demandas por aerogeradores. “O LER desse ano é uma conquista e esperamos um volume expressivo de contratação. Claro que não deveremos ter o volume de 500 MW médios para todos os fabricantes, mas representará um suspiro para toda a cadeia de produção. Esse ano e o ano que vem serão de ajustes para em 2018 registrarmos a retomada de nosso ritmo histórico”, comentou Rosana.