A Cemig está confiante de chegar a um acordo para manter as três UHEs que foram incluídas no PPI pelo governo, Miranda, São Simão e Volta Grande. O fato que coloca a empresa nessa posição é que os ativos apresentam condições contratuais diferentes das demais usinas que foram leiloadas pelo governo no ano passado e que podem se beneficiar do entendimento do Supremo Tribunal Federal para outra usina a de Jaguara, cujo contrato de concessão é o mesmo dessas outras centrais que estão no programa federal.
O presidente da Cemig, Mauro Borges, lembrou que questões jurídicas levantadas pelo Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, não deverão ser aplicadas nesse caso em função do modelo de contrato de concessão, que segue o de Jaguara, que está sob liminar no STF e cujo tribunal já acenou com acordo.
“No caso das três usinas há um contencioso que pode ser feito um acordo como sugerido pelo Supremo [Tribunal Federal] em reunião de conciliação”, revelou o executivo. “Na questão da Cesp, e mais ainda de outras 14 usinas que devolvemos, reconhecemos essa diferença e participamos do leilão de novembro de 2015, saindo como uma das maiores vencedoras ao arrematar 18 usinas”, comentou ele a jornalistas após participar do evento Diálogos Capitais – Energia Limpa.
O atual momento onde a empresa convive com um alto nível desalavancagm não preocupa o presidente da empresa mesmo com a necessidade de, na hipótese de se chegar a um acordo, ter que desembolsar um valor de R$ 10 bilhões a R$ 11 bilhões pela outorga das três UHEs. Segundo ele, o fato de serem ativos em operação, há menor nível de risco associado e ainda a questão de serem fortes geradores de caixa para companhia já de forma imediata. Ele estimou que as usinas apresentam potencial de acrescentar cerca de R$ 4 bilhões de ebitda, um volume que é considerado importante. “Qualquer solução financeira com esse fluxo de caixa gera uma solução sólida para o negócio para um contrato de 30 anos”, avaliou.
Outra característica que pesa a favor é a inclusão no PPI, que prevê condições de financiamentos mais vantajosas para esses ativos. “É de nosso interesse que essas usinas estejam no PPI, pois tem condições de financiamento mais vantajosas. Então temos confiança de que daremos uma solução para que a concessão seja vantajosa para a União e para a companhia”, afirmou Borges que disse ainda que o equacionamento da estruturação financeira para a operação poderá ser feita via BNDES pelo PPI, ou ainda, por meio de bancos credores da companhia, instituições que, segundo suas palavras, estão sempre em contato para fornecer crédito e renegociar dívidas toda vez que as condições de mercado se alteram.
“Temos um conforto razoavelmente grande a todo momento que mudam as condições financeiras de taxa de juros do país eu consigo rever asa condições desse financiamento. Estamos muito confortáveis nessa estruturação e deveremos dar um passo a frente ainda esse ano para a solução mais definitiva para essa outorga”, concluiu.