A Cemig está em busca de um novo sócio para a Light e descartou ficar em definitivo com a parcela do FIP Redentor. A saída é a entrada de um novo acionista. As conversas e negociações estão em andamento com empresas interessadas no ativo. Mas, o nome dessas empresas não foi revelado pelo presidente da estatal mineira, Mauro Borges. A meta da empresa é a de ficar com os atuais 33% do capital social da companhia fluminense.

Segundo o executivo, que participou na manhã desta sexta-feira, 16 de setembro, do evento Diálogos Capitais, há conversas bem avançadas com potenciais novos sócios com grande capacidade tecnológica e financeira. Até porque, lembrou ele, a área de concessão da Light é interessante e há grande potencial de crescimento de geração de caixa, uma vez que a empresa vem atuando no combate a perdas não técnicas, que ultrapassam os 40% da demanda total da sua área de concessão.

“Nossa ideia á manter os 33% de participação que é alcançada de forma direta e indireta”, resumiu ele. “A empresa é uma grande concessionária em região estratégica, uma área nobre de concessão no Brasil, e evidentemente temos tratativas com novos sócios uma vez que os bancos não continuarão na sociedade da Light”, acrescentou.

Nessa linha de aumentar a geração de caixa da companhia, Borges destacou que a distribuidora vem adotando medidas de combate às perdas que incluem questões convencionais como corte e fiscalização de campo. Mas indicou ainda as perspectivas de soluções alternativas como a viabilização de sistemas de geração distribuída.

Mas a questão financeira preocupa, uma vez que houve a execução de um instrumento financeiro chamado no jargão do mercado financeiro de PUT, onde a Cemig e obrigada a comprar a outra parte de um produto, nesse caso as ações do FIP. Até novembro desse ano deve ser pago dividendos e no médio prazo para 2017, a Cemig terá que pagar o principal dessa PUT que soma R$ 1,070 bilhão. Segundo Borges, esse valor é um dos aspectos críticos do plano estratégico da companhia.

Ele explicou que o caminho nesse caso é a Cemig pagar esse valor, ficar com as ações para ofertá-las em um processo de fusão e aquisição diretamente a um novo sócio já determinado. “Não queremos estatizar a Light e não temos esse interesse, a solução é a liquidação da PUT e a vinda de novo sócio porque creditamos no Light”, declarou.