Com a temática do financiamento apontada como um dos maiores desafios do setor eólico e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social prestes a anunciar as condições de financiamento para o leilão de reserva deste ano, a Casa do Ventos pede uma transição gradual das regras, de modo que não haja uma ruptura imediata com o que vinha sendo praticado.  "A mensagem é para que isso seja feito de maneira gradual para não assustar os investidores, manter um pouco do que vinha sendo feito para sinalizar para os agentes de mercado fazerem os seus investimentos já sabendo das novas regras", explica Lucas Araripe, explica Lucas Araripe, diretor de novos negócios da Casa dos Ventos. A empresa avalia a melhor forma de participar do próximo leilão de Reserva, seja como desenvolvedora de projetos ou como geradora, embora esteja concentrada na conclusão dos seus parques. 

Araripe também vê que a transmissão, vista como um outro desafio à expansão da fonte eólica, deve atrair novos players, que não necessariamente são do setor, mas que vem identificando oportunidades de retorno nos vários lotes que serão oferecidos em leilões. Na última edição do Brazil Windpower, realizado no início do mês no Rio de Janeiro (RJ), foi debatida a necessidade de os geradores eólicos investirem na transmissão de forma a garantir a expansão da fonte. Segundo o diretor da Casa dos Ventos, é possível que players de geração eólica participem dos leilões, já que além do retorno, ele pode viabilizar ou antecipar a receita de geração. Ele não descarta a adesão da empresa nesse modelo. "Entraríamos nessas condições, ou seja, na existência de sinergias e valor agregado aos nossos projetos", avisa. A companhia já atuou como investidora na construção de uma LT até a subestação Ibiapina II, que conecta Tianguá.

A Casa do Ventos inaugurou nesta semana o Complexo Eólico de Tianguá (130 MW), no Ceará. Em um ano, ela colocou quatro complexos eólicos em operação. Em setembro de 2015 a companhia iniciou operação de Ventos de Santa Brígida (PE) e Ventos do Araripe (PI) que somam 392 MW. Em maio, ela inaugurou o Ventos de São Clemente, o maior parque eólico de Pernambuco. A empresa espera até o fim do ano colocar em operação as primeiras turbinas do complexo Ventos do Araripe 3, no Piauí, para que no primeiro trimestre do ano que vem, ele esteja na plenitude. Esse complexo reúne usinas vendidas em três leilões nos anos de 2013 e 2014.