A Swiss Re Corporate Solutions aposta que seu novo seguro paramétrico de índices climáticos começará a dar resultados a partir de 2017. Depois de um ano de análise a Superintendência de Seguros Privados, aprovou o produto que começou a ser apresentado ao mercado. Basicamente, a companhia tem em seu foco de atuação os mercados agrícola e de geração de energia de fontes renováveis em decorrência de sua exposição às variações climáticas.
Segundo o CEO da empresa no Brasil, João Nogueira, esse ano é de implantação do produto que é desenvolvido para cada cliente da companhia. A meta em 2016 é apresentar a solução que deverá entrar efetivamente em um “ciclo de venda” somente a partir de 2017, apesar de já ter fechado um contrato no setor agrícola e ainda estar em negociações com uma comercializadora de energia, cujo nome não foi revelado.
“Nossa aposta, essencialmente é a partir do ano que vem. Esse ano de 2016 é de implantação e divulgação do produto paramétrico rural e de energia que foram aprovados no final do ano passado pela Susep, demoraram quase um ano para isso, dada a sofisticação e inovação do produto”, comentou ele.
Por não haver uma massa de dados no Brasil para esse tipo de seguro, a Swiss Re Corporate Solutions, acredita que o mercado para esse produto deverá seguir a tendência em outros mercados onde já comercializa o seguro para as duas áreas. A perspectiva é de que o setor agrícola represente 50% da demanda e o de energia a outra metade. Contudo, não especificou se há uma fonte que deverá prevalecer nessa contratação.
Na avaliação do chefe para América Latina em mercados ambientais e de commodities, Rodrigo Violaro, o produto vale tanto para projetos greenfield bem como para ativos operacionais, já que os investidores podem ter previsibilidade de desempenho ao longo do ano com a contratação desse produto. Mas indicou que provavelmente os geradores mais expostos a variações do clima tendem a ser mais beneficiados do que grandes empresas que atuam em diversas fontes por essa característica por si só mitigar esse risco.
Violaro explicou que a companhia ‘tropicalizou’ o produto para a ENA brasileira. E ainda que leva em consideração os ventos do país para alcançar o mercado de energia eólica nacional que está em plena expansão. Essa aplicação a energias renováveis, comentou, é favorável para aqueles agentes financiadores novos que devem entrar no mercado ao passo que o BNDES começa a reduzir a sua participação como principal agente de fomento.
“Hoje nas eólicas temos problema de financiamento com BNDES que vem tirando o pé do acelerador e, com isso, os investidores precisarão de fontes tradicionais de financiamento. Esse produto cai como um luva já que o banco federal se utilizar do P90 e as fontes tradicionais são mais conservadoras ainda. Para esses novos entrantes do mercado financeiro esse produto leva-os a uma posição mais confortável para entrar com os recursos”, comentou ele.