Terminou às 12:13 horas desta sexta-feira, 23 de setembro, após duas horas de disputa, o primeiro leilão exclusivo para contratação de energia de reserva proveniente de pequenas centrais hídricas, com a viabilização de 19 PCHS e 11 CGHs, o que representa um incremento de 180,3 MW na matriz elétrica brasileira. O preço médio de venda ficou em R$ 227,02 /MWh, deságio de 8,46% frente ao preço teto do certame de R$ 248,00/MWh. Os agentes brigaram por cada centavo em mais de 25 rodadas.
A contratação ficou abaixo do esperado pelo segmento, que pede uma compra anual de 500 MW de capacidade para manter a indústria de pequenas centrais operando no Brasil. O governo já havia sinalizado que esse volume era difícil de ser alcançado neste momento diante do cenário de recessão econômica em que passa o país, com o consequente encolhimento da demanda elétrica nacional. Esse foi o primeiro leilão de energia realizado pelo governo do presidente Michel Temer.
Os 30 empreendimentos, cuja garantia física soma 107,3 MW médios, vão exigir R$ 1,07 bilhão em novos investimentos, espalhados por 13 estados brasileiros. O governo contratou um total de 25.087.147.200 MWh, em uma operação que movimentou R$ 5,69 bilhões. O início da entrega da energia ocorre em 1º de março de 2020.
A usina que ofertou energia pelo menor preço (R$ 207,00/MWh) foi a Central Hidrelétrica Enxadrista, localizada no Rio das Pedras, no Paraná. O maior preço (R$ 235,00/MWh) foi oferecido pela Pequena Central Hidrelétrica Areado, localizada no rio Indaía Grande, no Mato Grosso do Sul. Os projetos estão distribuídos pelos estados de Rondônia, Rio Grande do Norte, Tocantins, Ceará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
O 10º Leilão de Energia de Reserva foi realizado na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, em São Paulo, e foi promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Ao todo, foram habilitados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) 64 projetos, totalizando potência instalada de 641 MW, sendo 47 PCHS e 17 CGHs. Os contratos firmados têm duração de 30 anos. Segundo a Aneel, os leilões de reserva servem para incrementar a garantia física do sistema elétrico brasileiro e, nesse caso, a energia pode ser contratada com qualquer antecedência pelo governo.