A Tecnogera está antecipando sua internacionalização e já iniciou os procedimentos para entrar na Argentina, Peru e Colômbia. O CEO da companhia, Abraham Curi, conta que o processo deveria começar apenas em 2017, mas devido às questões macroeconômicas do Brasil, o plano foi iniciado já no segundo semestre de 2016. A expectativa é que até 2019, a expansão na América Latina responda por algo em torno de 40% do faturamento da empresa.
"Eu imagino que isso deve ser uma curva que deve iniciar em 2017 com 15% e, muito provavelmente, um acréscimo de 10% em 2018 e o restante em 2019", explicou o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia. A Argentina é o país onde o processo de internacionalização da Tecnogera está mais avançado. Curi conta que lá a empresa já está com equipe contratada para início da operação. "Já temos o galpão e estamos adequando fisicamente o nosso espaço para iniciar a operação", disse, acrescentando que isso deve acontecer ainda neste último trimestre do ano.
Ele explicou que a atuação da Tecnogera na Argentina será muito em função da característica do sistema elétrico no país vizinho, que tem grande participação termelétrica. Curi avalia ainda que o sistema argentino tem um certa vulnerabilidade e por isso a empresa começou a ser demandada por companhias do país, inclusive distribuidoras de energia. "Na Argentina, o principal foco é a geração para o próprio sistema elétrico. Eles tem uma matriz de geração que é bastante deficitária, com uma participação grande de termelétricas. E nosso principal diferencial é o projeto que nós desenvolvemos para trazer eficiência de consumo para a geração, ou seja, nosso gerador gera mais energia com menos combustível", afirmou. A expectativa, diz Curi, é fechar os primeiros contratos ainda este ano.
A empresa já tem contratos, mas ainda sem assinar. "Eu só posso assinar o contrato a partir do momento em que eu tiver a empresa aberta lá e os equipamentos disponíveis", apontou. Para saber quais seriam os outros países que a empresa entraria, foi feita uma pesquisa, que levou em consideração a relação de oferta e demanda do produto. Peru e Colômbia foram os indicados. "No Peru também estamos abrindo uma filial e na Colômbia, provavelmente, a gente vai iniciar através de uma parceria com uma empresa local", comentou Curi.
No Brasil, o executivo conta que, apesar da crise pela qual passa o país, a empresa conseguiu manter seus planos de crescimento muito em função do desenvolvimento de estratégias. Em 2016, a principal delas estava voltada para o entretenimento, devido aos grandes eventos que aconteceram no país, principalmente no Rio de Janeiro. "A Tecnogera teve uma participação relevante, então isso trouxe uma substituição de receita de outros segmentos que tiveram um impacto maior das questões macroeconômicas e isso nos permitiu manter o nosso planejamento de crescimento", avaliou.
Para 2017, o executivo não está muito otimista com mudanças drásticas no cenário macroeconômico, o que faz com que o ano ainda seja de muitas dificuldades. A ideia para o ano que vem é aumentar a participação em função da diferenciação dos equipamentos. Um dos setores seria o de geração de energia para o sistema isolado. "Nós temos um demanda no sistema isolado, onde a questão do consumo de combustível é bastante relevante dentro da conta, por se tratar de uma fonte primária de energia. E o nosso diferencial, que é ter uma eficiência muito grande no consumo, tem nos dado uma competitividade muito grande, tanto que já iniciamos algumas plantas de geração como fonte única em algumas cidades do Norte", declarou. De acordo com o executivo, esse deverá ser o setor que vai subsidiar o crescimento mesmo diante de um cenário difícil em 2017.
"O diferencial é que conseguimos criar com a nossa frota, que tem um consumo específico melhor, uma vantagem para a Tecnogera e para os nossos clientes, no sentido de ter uma geração mais eficiente tanto do ponto de vista financeiro, como ambiental. Isso tem nos ajudado a driblar aí o impacto do crescimento econômico", destacou.