As novas condições estabelecidas para projetos de transmissão no Brasil já deverão atrair novos investidores para o país no próximo certame, agendado para o dia 28 de outubro. De acordo com o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, Tiago Correia, já há informações de que de dois a quatro novos agentes deverão estrear no país, incluindo empresas estrangeiras e até mesmo geradoras ou distribuidoras que deverá resultar em um maior número de lotes arrematados.

“Acredito que teremos novos agentes, mas ainda não no patamar suficiente porque há muitos lotes, mas será leilão muito melhor do que 60% de sucesso do último leilão. Se for 100% dos lotes arrematados ficarei feliz, mas acredito que será próximo de 80%”, apontou ele a jornalistas após participar de evento promovido pela S&P Global, em São Paulo. “Tem gente de fora, novas empresas de geração e distribuição que desejam entrar no segmento e deveremos ter até mesmo companhias de transmissão que estavam ausentes e que vão voltar”, revelou.
Correia justificou o aumento dos valores de transmissão ao afirmar que o papel da agência reguladora é trazer um preço mais realista e com alguma folga para garantir a atratividade e competição entre os empreendedores. O problema, continuou ele, é que em transmissão o segmento estava perdendo essa competição porque o preço estava baixo a ponto de não atrair investidores. “E o que queremos é ter um, dois, até três agentes brigando, assim será mais justo para ao consumidor”, acrescentou. Segundo o diretor, para esse leilão talvez não haja essa competição tão acirrada, pois há um hiato entre o anúncio das condições e a organização das empresas para os investimentos.
Sobre os lotes da Abengoa, Correia se disse angustiado, pois achava que o assunto já poderia ter resolvido. Se esses ativos forem relicitados, as condições serão as novas, contudo, para chegar a esse ponto é necessário que se decrete a caducidade das concessões e é aí que reside o problema, já que a empresa tem o direito que não pode ser negado, o de defesa. Mas, comentou, esse processo está mais moroso do que precisava ser. Ele reconhece que há um processo legal que tem que ser respeitado e que a Abengoa vem utilizando todos os recursos que existem para estender ao máximo esse processo. “Enquanto isso, a linha vai atrasando”, resignou-se o diretor.