As condições recém estabelecidas para o leilão de transmissão devem se manter por mais um ou dois anos e são classificadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica como um janela de oportunidade para o mercado atrair novos investidores. Entre os pontos destacados estão uma rentabilidade acima do que vem sendo praticada nos segmentos de distribuição e de geração.

“Essa é uma situação muito especial, com a rentabilidade especial e extraordinária para atender a nossa meta que é a de atrair novos agentes. Essa é uma janela de oportunidade que não será muito longa”, afirmou o diretor da Aneel Tiago Correia, em evento realizado em São Paulo pela S&P Global, nova denominação da agência de classificação de risco Standard&Poor´s. O executivo estimou que essas regras deverão se manter por um ou dois anos.

Em sua apresentação ficou claro que a Aneel está buscando atrair novos investidores nesse segmento no país. Ele lembrou que o desafio do setor é de viabilizar elevação de aportes significativos, quando comparados aos últimos anos. O país, comentou ele, passou de aportes de R$ 6 bilhões anuais em transmissão para um volume pretendido de cerca de R$ 30 bilhões esse ano.

“Essa é uma meta difícil de ser alcançada”, admitiu. “Os leilões não contrataram todo o bloco e geraram complicação para o setor. Nosso trabalho é o de reduzir o risco desses contratos”, acrescentou Correia, que exemplificou esse caso com a questão de ampliar a concessão de transmissão ao considerar o prazo para a obtenção do licenciamento ambiental e a solução de questões fundiárias. “São critérios objetivos definidos que ajustam o prazo de concessão para que o investidor consiga a amortização do investimento, mesmo com atraso de licenças ambientais s e fundiárias”, disse ele. No foco da agência reguladora podem estar empresas que atuam em segmentos diversos à atividades de transmissão. Correia foi enfático ao afirmar que o país precisa que empresas de geração e de distribuição se dediquem a entrar no segmento. E argumenta que o retorno nessa área é a que está mais forte e atraente. “Precisamos de novos investidores, sejam eles nacionais e internacionais”, complementou.

Correia lembrou que para o certame agendado para 28 de outubro houve um aumento significativo de 13,13% no preço-teto. Bem como, a elevação da receita de investimentos para 21% o que traz um payback para o aporte em cinco anos. Em seu cálculo, as novas condições levam a uma rentabilidade de 19% em projetos de transmissão de energia no Brasil. Segundo ele, a meta é de chegar ao final do leilão com uma taxa de sucesso maior do que se teve nos últimos anos. “Minha dica final é invistam em transmissão”, conclui Correia em sua apresentação.