A projeção do PLD para o horizonte de 14 meses que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica divulga mensalmente por meio do InfoPLD sofreu uma forte elevação com a perspectiva de aumento da carga no Paraguai e com a redução da vazão do rio São Francisco. Os valores médios do Sudeste/Centro-Oeste passaram de um patamar de R$ 189,90/MWh para R$ 233,18/MWh, mesmo comportamento projetado para o Sul. No Nordeste passou de R$ 196,50 para R$ 261,40/MWh e no Norte os valores são de R$ 181,31/MWh para R$ 218,88/MWh.

A novidade nas projeções desse mês na CCEE ficou por conta das alterações de carga previstas na área da Ande, que segundo as estimativas máximas da Eletrobras ficará 1% acima dos valores de 2015. Além disso, o novo nível de sensibilidade do PLD, nas projeções da câmara, passou a considerar ainda a redução da defluência mínima do rio São Francisco de 800m³ por segundo até novembro, passando a 700 m³ em dezembro e esse mesmo volume até o mesmo mês de 2017, voltando ao nível normal, de 1.700 m³/s apenas em janeiro de 2018.
A projeção para o GSF para esse ano voltou a ficar mais afastada da garantia física sazonalizada. A perspectiva média para o ano passou de 89,8% para 88,5% nas premissas atuais e recua 0,1 ponto porcentual se consideradas as premissas da Ande e da defluência reduzida do São Francisco. Esses são os mesmos indicadores ao se considerar a geração flat para fins de repactuação de risco.
A projeção de ESS para o ano voltou aumentar. Enquanto a previsão no mês passado era de R$ 2,984 bilhões, passou a R$ 3,2 bilhões. Porém, para 2017, até o momento a estimativa é de um valor de apenas R$ 5 milhões. Esses volumes financeiros não se alteram com as premissas da Ande e de redução da defluência do São Francisco.
A projeção da CCEE para o volume de energia armazenada no SIN piorou ante o evento do mês passado. A perspectiva é de que em outubro fique em 31%, sete pontos abaixo dos 38% de setembro. Para o final de novembro é esperado o piso de armazenamento com 27%, e daí para frente a recuperação dos reservatórios com a chegada do período úmido. O pico deverá ser atingido em abril e maio com 47% do total, e depois, voltando a recuar, até 20% em novembro de 2017. No cenário Ande/defluência reduzida do São Francisco a curva prevista não se altera significativamente.
Em termos de energia natural afluente, a previsão nos próximos 14 meses está mais pressionada com a média do SIN um pouco mais afastada da média de longo termo a partir de janeiro de 2017, com 79%, sendo este um patamar médio para o ano que vem inteiro, sendo que poderá ser vista maior aproximação com a curva histórica de afluências apenas em novembro com 98% da MLT.
O gerente de preços da CCEE, Rodrigo Sacchi, destacou na abertura da transmissão do InfoPLD que as águas do Pacífico estão indicando mais neutralidade quanto a possibilidade de se ter o La Niña em 2017. Além disso, outros destaques foram a carga 3% acima do previsto no inicio do ano para o mês de setembro e também em outubro, mas quando comparado a 2015, ainda em baixa. Separado por ambiente de contratação a CCEE reportou queda de 6,4% no mercado cativo e um crescimento de 13,6% no ACL, impulsionado pela migração de consumidores especiais que elevaram a demanda na faixa de carga de 0,5 MW a 3 MW em 67%.