O governo estima que haverá uma frustração na entrada em operação de 58% dos empreendimentos de geração de energia elétrica contratados no leilão A-5 de 2014. Os projetos deveriam iniciar o suprimento de energia em janeiro de 2019, contudo, dos mais de 5 mil MW contratados, 24,9% sequer iniciaram as obras e 49,2% estão sem previsão de conclusão. A estimativa é resultado de uma avaliação realizada pelo Ministério de Minas e Energia a partir de informações do Grupo de Monitoramento da Expansão da Geração.
"[…] Do total de 5.032,7 MW de capacidade instalada a ser implantada, 24,9% correspondem a projetos não iniciados e 49,2% a empreendimentos sem previsão de data de conclusão", diz trecho revelado na ata da nº 172 reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). O conteúdo relata um dos assuntos discutidos na última reunião do CMSE, realizada em 1º de setembro. O Comitê se reúne novamente na próxima quarta-feira, 5 de outubro.
A notícia vem em um momento em que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) se debruça para definir a demanda do próximo leilão de energia de reserva, marcado para ser realizado em 16 de dezembro. Na semana passada o presidente da EPE, Luiz Barroso, disse que estava fazendo uma verdadeira “faxina” para identificar quais projetos efetivamente vão entrar em operação nos próximos anos. Vale Lembrar que a contratação do LER de fontes solar e eólica visa o início de suprimento em 1º de julho de 2019.
O documento do CMSE não aponta, especificamente, quais projetos estão fora do cronograma previsto para o leilão A-5 de 2014. Entre os projetos contratos estão empreendimentos importantes para o sistema elétrico, como as térmicas Novo Tempo (1.238 MW), Rio Grande (1.238 MW), Pampa Sul (340 MW) e Mauá 3 (583 MW). As térmicas Novo Tempo e Rio Grande são da Bolognesi. A Agência Nacional de Energia Elétrica já intimou a empresa, em agosto deste ano, pedindo explicações sobre o descumprimento de marcos contratuais envolvendo duas usinas. Esse movimento da Aneel é considero o primeiro passo do processo de cassação das outorgas.
O leilão de energia elétrica A-5 2014 foi realizado no dia 28 de novembro e viabilizou a contratação de 51 usinas. Foram vendidas 12 termelétricas, sendo oito empreendimentos a biomassa; uma a carvão e três a gás natural. Também foram arrematadas três pequenas centrais hidrelétricas e 36 usinas eólicas.
Na época do leilão, havia estimativa que os empreendimentos exigiriam investimentos da ordem de R$ 15,2 bilhões. O preço médio do foi de R$ 196,11 o MWh, registrando um deságio de 1,72% em relação ao preço inicial de R$ 209,00 o MWh. Com o deságio do certame, que gerou uma economia para os consumidores brasileiros da ordem de R$ 2 bilhões, o governo chegou a comemorar a contratação de novas usinas térmicas para reforçar o parque gerador do país. Clique
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